O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) já retirou mais de 1,8 mil pneus do Arroio Sarandi, na zona norte de Porto Alegre, nos primeiros três meses de 2022. Segundo o diretor-geral do órgão, Alexandre Garcia, a suspeita é de que os pneus foram descartados de forma irregular por empresas.
A prefeitura iniciou em janeiro a dragagem do Arroio Sarandi. Nesta quarta-feira (30), o córrego transbordou e causou alagamentos na região. Pelo menos três veículos ficaram em meio à água. Um dos fatos que mais chamou a atenção dos moradores foi a grande quantidade de lixo que ficou evidente na superfície.
Em entrevista ao programa Gaúcha+, o diretor-geral do Dmae afirmou que a limpeza do Arroio Sarandi é a principal medida emergencial para evitar o transbordamento da água. Mas apenas um quinto do trabalho foi realizado até o momento, e a dragagem deve ser finalizada em novembro.
— Nos primeiros dois quilômetros em que trabalhamos, fizemos a dragagem de 20 mil metros cúbicos de material. Já retiramos mais de 1,8 mil pneus, sem falar na quantidade gigantesca de garrafas pet, sacolas, máquina de lavar, colchão, cama. Obviamente pelo acúmulo de muitos anos sem a devida manutenção — descreve Garcia.
A estratégia do Dmae para diminuir a vazão do Arroio Sarandi é criar "bacias", que servem como grandes piscinas. A intenção é tirar uma parte da água do córrego e levar para essas piscinas.
Atualmente, já existem bacias em funcionamento em Porto Alegre, e pelo menos outras três estão sendo construídas. Mas são obras de longo prazo, que deverão ser entregues apenas em 2024.
O diretor do Dmae avalia que a prefeitura precisa realizar uma grande campanha educativa para orientar a população sobre a forma certa de descartar o lixo.
—Precisamos de uma campanha e vamos precisar necessariamente do apoio da população. O município já tem coleta seletiva, coleta de porta em porta, e mesmo assim o Dmae está investindo mais de R$ 20 milhões por ano na limpeza dos arroios — diz Garcia.