Potencializar a força dos jovens em vulnerabilidade, por meio do afeto e da educação emocional e profissional. Este é o objetivo do Instituto Ascendendo Mentes (IAM), localizado no bairro Glória, em Porto Alegre. A entidade, que conta com 30 voluntários, é a única do Rio Grande do Sul a participar da Rede de ONGs Gerando Falcões, cujo o lema é "Transformar a pobreza da favela em museu".
Nascido em 2020, o Instituto, que atende a cerca de 140 alunos, conquistou sua sede oficial no final do ano passado. Por lá, ocorrem diversas atividades, como oficinas de corte e costura, barbearia, confeitaria, gastronomia, desenho, maquiagem, além de cursos de informática, marketing digital, jiu-jitsu, capoeira, entre outros.
Os alunos são divididos por idade, entre dois grupos: de 10 a 14 anos e de 15 a 22 anos. O IAM atende tanto no turno da manhã, quanto à tarde. Neste ano, as aulas começaram no dia 21 de janeiro. De acordo com Fagner Almeida, coordenador operacional da ONG, ainda restam 25 vagas para jovens entre 15 e 22 anos, para iniciação imediata. Ao início, todos participam de um curso socioemocional.
— Nossa meta é chegar a 200 alunos atendidos nos próximos meses. Todos são bem-vindos, não é necessário residir no bairro em que estamos, precisam apenas custear seu deslocamento — diz Fagner.
O início
O instituto foi fundado por Nina Cardoso, 44 anos, que já participava de outras ações e projetos sociais, mas percebia que faltava algo, que não estava sendo muito bem resolvido:
— Eu notava que o problema era sempre o mesmo: a falta de estrutura familiar, a garantia de direitos, oportunidades e a miserabilidade levavam jovens a ficarem em situações vulneráveis.
Deste pensamento, surgiu a ideia de uma nova metodologia de trabalho, em que o foco estivesse no indivíduo. Em sua criação, foi estipulado que o projeto teria quatro pilares: educação socioemocional, educação profissional, educação socioeconômica e criação de sinergia com o mercado de trabalho.
Gerando Falcões
A relação com a Rede Gerando Falcões, de São Paulo, que visa acelerar o crescimento de ONGs, começou antes mesmo do IAM nascer de fato. Em fevereiro de 2019, Nina leu o livro Da favela para o Mundo, de Edu Lyra, CEO da rede, ato que, segunda ela, mudou sua trajetória.
Meses depois, encantada com o trabalho daquela instituição, Nina participou do processo seletivo da organização e foi selecionada para fazer a Falcons University, uma universidade nascida na favela para transformá-las por meio de líderes e suas ONGs. Lá, adquiriu conhecimentos em gestão, inovação, recursos humanos, uso de dados, captação de recursos, finanças, negócios sociais, além do desenvolvimento das habilidades socioemocionais.
Atualmente, a rede auxilia o Instituto através de um modelo de gestão com metas, indicadores e gratificação em busca de resultados significativos.
— Eles são muito importantes para nós, me deram todo o suporte necessário para que, juntos, possamos combater a pobreza no Brasil e a transformá-la em peça de museu — conta Nina
Em carta para a ONG, no final de 2021, o aluno Leonardo Moura, 16 anos, escreveu:
— Eu aprendi a me colocar no lugar do outro e a controlar minhas emoções. Entrei no curso muito brincalhão e agora estou saindo mais maduro, conheci pessoas maravilhosas aqui... O Instituto me ajuda a nunca desistir dos meus sonhos e manter o foco no objetivo. Muito obrigado, Ascendendo Mentes!
Saiba mais:
- Para se inscrever às vagas de alunos que ainda estão disponíveis, é só entrar em contato pelo telefone (51) 99908-9098.
- Para contribuir financeiramente com o Instituto, você pode transferir qualquer valor por Pix para a chave 39974512000194 (CNPJ), ou fazer uma assinatura mensal a partir de R$ 1, no site www.ascendendomentes.org.br/assine.
- A ONG está em busca de novos voluntários, principalmente para capoeira, educação física e pedagogia. Caso queira participar ou ajudar de alguma outra forma, é necessário entrar em contato pelo telefone (51) 98476-9075, com Fagner Almeida, ou pelo (51) 99620-6480, com Nina Cardoso, criadora do Instituto.
Produção: Leonardo Bender