Começou, na manha desta segunda-feira (8), o reparo na obra Olhos Atentos, o mirante que fica no trecho 1 da orla do Guaíba, em Porto Alegre, e permite contemplar o horizonte no local. Com a melhoria, o local será reaberto ao público no próximo sábado (13).
O mirante está fechado desde julho de 2019, como medida de segurança para evitar acidentes. O limite máximo de ocupação da obra é de 20 pessoas por vez, mas era comum ver um número bem maior de pessoas ali ao mesmo tempo, desrespeitando a regra.
A melhoria é feita pela concessionária Gam3Parks, que é responsável pelo trecho, e está orçada em R$ 40 mil. O trabalho consiste em remover pichações e, principalmente, em instalar guarda-corpos internos. Serão colocados quatro retângulos feitos em corrimãos de aço no centro do mirante, que irão impedir que um número maior que o permitido de pessoas subam no mirante ao mesmo tempo.
Esse reparo no mirante não estava previsto no contrato de concessão do local, e não era uma obrigação da Gam3Parks. No entanto, diretor operacional da concessionária, Alan Furlan, que também é arquiteto e urbanista, decidiu melhorar o espaço:
— Para a gente, é como um ato simbólico. Recuperar, trazer de volta para a cidade um monumento é algo muito importante. Com o mirante fechado impede que as pessoas usem, curtam aquele local, tirem fotos. A nossa ideia é mostrar que, se cada um fizer um pouco, a cidade vai ser melhor.
A estrutura recebeu reforços de sustentação nos últimos anos, e não tem perigo de cair, sustenta o diretor. No entanto, se muitas pessoas subirem no mirante e começarem a pular, por exemplo, é possível que algumas se machuquem.
O arquiteto explica que o aspecto de ferrugem da obra é normal. Feito em aço corten, o próprio material do monumento produz a ferrugem, que garante proteção mecânica e física para a estrutura.
Furlan ressalta que a parte mais difícil do trabalhar da concessionária, que é responsável pelo trecho 1, tem sido coibir o vandalismo.
— É a parte mais triste e é um trabalho diário. Por mais que se cuide, se limpe, as vezes horas depois está tudo vandalizado novamente — lamenta.
A obra foi desenvolvida pelo escultor paulistano José Resende em 2005, como parte da 5ª Bienal do Mercosul, e entregue ao município. Ficou fechada de 2009 a 2018 por problemas no piso, resolvidos durante a revitalização do trecho 1 da Orla. Foi reaberta, mas voltou a ficar interditada por mais um período pelo mau uso dos visitantes. Segundo a Gam3Parks, o artista foi consultado e autorizou os reparos.