Inacabado desde a década de 1950, o Esqueletão, edifício de 19 andares localizado na Rua Marechal Floriano, no Centro Histórico, recebeu a partir das 8h desta terça-feira (26) uma equipe de 20 especialistas da Universidade Federal do Rio Grande Sul (UFRGS) para realizar um estudo que definirá o destino da estrutura.
Após três anos de um laudo preliminar que apontou risco de desabamento do prédio, o Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (Leme) irá trabalhar no local durante quatro meses. Entretanto, a conclusão final dos trabalhos deve ocorrer em 13 meses, com 22 semanas de atividades técnicas.
A ação está sendo possível porque o imóvel foi completamente desocupado no mês passado após uma determinação da Justiça. Além da desocupação, foi necessário realizar a limpeza da construção, executada pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) por meio do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), que retirou 123 toneladas de material e entulho do local.
Segundo o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Pablo Mendes Ribeiro, será investido um montante de quase R$ 255 mil para saber se a sua estrutura está comprometida. O objetivo é identificar falhas aparentes e ocultas do prédio.
— Vamos definir a real situação em que se encontra a construção, e através dos apontamentos técnicos resolver de uma vez por todas esta questão que ficou marcada como um símbolo do abandono do centro da nossa cidade — pontua Mendes Ribeiro.
Serão realizados levantamentos, ensaios de campo, e vistorias que incluem o uso de equipamentos como drones.
— Buscamos o Leme pela sua capacidade técnica e pela capacidade de entrega dentro do prazo que necessitamos. O futuro do Centro Histórico passa por uma decisão sobre o futuro do Esqueletão — destaca o secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer.
O laudo pode dar dois destinos à estrutura do prédio: a demolição, que seria bancada pelos donos do imóvel, ou pela prefeitura, com o valor sendo repassado após a conclusão dos serviços. Se o estudo atestar a manutenção da estrutura, os proprietários seriam chamados para concluir a obra.
A Procuradoria-Geral do Município diz que, desde 2003, com o ajuizamento de uma ação civil pública, o município tenta obrigar judicialmente os proprietários a tomarem medidas com relação à estrutura.