Não estranhe se encontrar o Fofão abrindo espacate no meio do congestionamento ou se o Homem-Aranha se apoiar no capô do seu carro para rebolar — são coisas que andam ocorrendo em Porto Alegre desde quarta-feira (1º). Foi quando a Carreta da Alegria Balão Mágico estacionou na Praça Júlio Mesquita, no Centro Histórico, com planos de ficar até novembro.
Decorado com luzes de LED coloridas e giroflex de festa acoplados no teto, o veículo parte da Avenida João Goulart para passeios que duram cerca de 40 minutos. A atração acaba virando uma festa itinerante, ao som de funk, sertanejo e até clássicos como Fuscão Preto a todo volume.
— Me senti numa superbalada — conta a cuidadora de idosos Josiane Flores de Castro Lisboa, 28 anos.
A atração principal são os dançarinos com passinhos muito mais elaborados do que suas fantasias. Sempre que a carreta para em um semáforo, eles saltam do veículo para dançar entre os carros. Na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, o Fofão chegou a subir no canteiro central para dar um mortal.
Os personagens variam: tem Mickey, Minnie, Patati e Patatá, Chiquinha e Chaves, O Máscara. Por trás de uma das fantasias está o alvoradense Fabricio Macarthy da Silva, 19 anos. Servente de pedreiro, ele estava desempregado e não hesitou em se juntar à trupe há três dias. Nega que fique exausto depois de pular tanto e correr alguns quilômetros pelas ruas.
— Se puder, eu fico a noite toda dançando — conta.
A carreta passa pelo Monumento dos Açorianos e vai até o Estádio Beira-Rio antes de retornar. Ouve buzinas por onde passa, tem gente que para o carro para gravar, dança em cima da moto. Dois garotos chegaram a correr atrás da carreta, sem conseguir alcançá-la.
Carreta Furacão surgiu em São Paulo
A Carreta Balão Mágico não é mesma que viralizou há cinco anos na internet: o Trenzinho Carreta Furacão foi criado em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, inspirando a formação de muitos outros pelo país.
A que está em Porto Alegre vem de outra cidade do interior paulista, São João da Boa Vista. O gerente Luciano Bacan conta que já estão rodando há dois anos pelo Rio Grande do Sul: passaram por Santa Rosa, Soledade, pela região de Passo Fundo e por Alvorada. Levam uma vida mambembe: dormem em um motor-home, estacionado em um posto de gasolina da cidade.
Ele está empolgado com a recepção em Porto Alegre. Conta que tem muita gente curiosa, perguntando o que é. No passeio de que GZH participou, os clientes começaram acanhados, mas mal chegaram à Avenida Borges de Medeiros e já estavam todos em pé, dançando.
O ingresso custa R$ 10 para crianças de até 12 anos e R$ 20 para adultos. As saídas ocorrem de hora em hora, entre 18h e 22h durante a semana e entre 13h e 22h aos sábados, domingos e feriados.