Porto Alegre reduziu, em média, 5% a emissão de gases de efeito estufa de 2016 a 2019. Essa informação consta no 2º Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa, atualizado neste ano.
O setor de transporte continua o maior emissor de gases, com 67,7% das emissões em 2019. Segundo a diretora de Projetos e Políticas de Sustentabilidade, Rovana Reale Bortolini, a ideia é estimular outros modos que não sejam somente movidos a combustível.
No mesmo ano, o setor de energia estacionária (usada nos prédios e residências, a energia consumida diariamente pelo cidadão) somou 23% das emissões, seguido dos resíduos, com 8,8%, e de agricultura, florestas e uso do solo, com 0,5%.
Conforme a diretora de Projetos e Políticas de Sustentabilidade, Rovana Reale Bortolini, o resultado do inventário demonstra a importância de manter e ampliar as áreas verdes da cidade e o plantio de novas mudas.
— Isso mostra que estamos alinhados com a estratégia de redução dos gases de efeito estufa ao aumentar a cobertura vegetal, que é a principal forma de remoção de gás carbônico — afirma.
Elaborado de janeiro a julho, o resultado do estudo será apresentado nesta quinta-feira (12), às 14h, no Paço Municipal, e transmitido pelo Facebook da prefeitura. O documento é a base para nortear os estudos do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA) da capital gaúcha.
— Ao identificarmos os setores que mais emitem gases de efeito estufa, poderemos alinhar o plano diretor à política climática, além de propor metas de redução das emissões — destaca o secretário municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm.
Informações do inventário
O 2º Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa de Porto Alegre foi elaborado no software Climas, desenvolvido pela empresa WayCarbon, em parceria com a Ecofinance Negócios e o Governos Locais pela Sustentabilidade (Iclei). Os resultados das emissões de GEE são apresentados de acordo com a abordagem Basic Plus.
As emissões diminuíram em média 5% ao longo dos anos de 2016 a 2019, com contribuições principais advindas dos setores de transportes e energia estacionária. As emissões totais por ano foram de 2.514 (2016), 2.593 (2017), 2.451 (2018) e 2.373 (2019).
Nos transportes, houve redução do uso de gasolina e diesel nos anos de 2018 e 2019. No setor de energia estacionária, a redução nos anos de 2018 e 2019 ocorreu devido à diminuição do fator de emissão do Sistema Interligado Nacional. No setor de resíduos, o aumento nos anos de 2017 e 2018 se deve principalmente ao maior volume de efluentes tratados neste período, que aumentou em boa parte das estações de tratamento de efluentes, principalmente em 2017.
A diminuição das emissões no setor de agricultura, florestas e uso do solo deve-se em maior parte à redução dos rebanhos de bovinos e galináceos, mais representativos na cidade, e à maior remoção de gás carbônico ocorrida pelo plantio de mudas e aumento da cobertura vegetal.
Rovana explica que o inventário servirá como base para a construção de um plano de metas mais completo:
— O inventário, a análise de vulnerabilidade e o plano de ação climática constituem estudos importantes para que Porto Alegre esteja apta a conseguir financiamentos internacionais para projetos de redução da emissão de gases de efeito estufa.
Publicado em 2015, o 1º Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa para a cidade de Porto Alegre foi desenvolvido como forma de fortalecer políticas relacionadas a Mudanças Climáticas e Ecoeficiência. Utilizando 2013 como ano-base, este inventário foi o primeiro diagnóstico de emissões realizado para o município e o único publicado até então. Como principais resultados, identificou-se que 66% das emissões de Porto Alegre no ano de 2013 foram oriundas do setor transportes, 20% de resíduos e 14% de energia estacionária.
Já o inventário atual leva em conta a série histórica de 2016 a 2019 e inclui novas fontes de emissão e setores avaliados. As principais diferenças são a inclusão de alguns combustíveis, tanto no setor de energia estacionária quanto no de transportes, e a contabilização das perdas de energia elétrica nos mesmos dois setores. No setor de resíduos, foram contabilizadas as emissões decorrentes do tratamento de efluentes, além da inclusão das emissões do setor de agricultura, florestas e uso do solo.