O principal cartão-postal de Porto Alegre não pertence ao município de Porto Alegre. A Usina do Gasômetro, patrimônio histórico e cultural da cidade, ainda é propriedade da Eletrobras – companhia elétrica do governo federal que está perto de ser privatizada. Para que a Gasômetro não seja privatizado junto com os demais ativos da Eletrobras, a prefeitura da Capital pedirá que o governo federal doe oficialmente o edifício para a cidade.
Se o governo federal não oficializar a doação, o edifício símbolo de Porto Alegre passaria a ser propriedade do conglomerado que adquirir a Eletrobras. O resultado seria “terrível”, na avaliação do secretário de Administração e Patrimônio de Porto Alegre, André Barbosa.
— Se não houver a doação, será privatizado um equipamento que faz parte da história da cidade. A gente já utiliza todo aquele espaço com oficinas, grupos de teatros, exposições. Para nós, seria terrível. É um espaço da história da cidade, da orla. E prejudicaria a revitalização da orla, pois teria uma parte privatizada – aponta Barbosa.
Porto Alegre faz a gestão do Gasômetro desde 1982, segundo o secretário de Patrimônio da Capital, momento em que o imóvel passou a ser ocupado pelo município. A propriedade, contudo, sempre seguiu com a companhia federal.
Para resolver a questão, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, tentará sensibilizar o presidente Jair Bolsonaro. Um ofício com o pedido para que a União doe o local integralmente a Porto Alegre deve ser entregue, em mãos, a Bolsonaro, durante visita à Capital, neste sábado.
— A Eletrobras está indo à venda. E a Usina do Gasômetro pertence à Eletrobras. Vou pedir ao presidente para ele retirar a Usina do Gasômetro do leilão da Eletrobras porque é um dos equipamentos mais simbólicos da nossa cidade. Vou tentar sensibilizá-lo para ele tirar da agenda do leilão — apontou Melo.
A Usina do Gasômetro fechada desde 2017, está passando por reformas. Segundo a Secretaria de Administração e Patrimônio de Porto Alegre, o edifício será reaberto no primeiro semestre de 2022. A obra, de R$ 14 milhões, teve R$ 10 milhões financiados pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e o restante é bancado por recursos próprios da prefeitura.