A Polícia Civil identificou e localizou no final da noite de terça-feira (23), em Esteio, um aposentado responsável por anunciar uma falsa bomba no prédio da prefeitura da cidade. Por cerca de cinco horas, na tarde passada, a sede do Executivo ficou vazia para uma varredura que mobilizou mais de cem agentes e interrompeu o trabalho presencial no local.
O homem, que é ex-servidor da prefeitura, confessou o delito.
O delegado Thiago Carrijo, que responde pela Delegacia de Esteio, informou que o investigado trabalhou na prefeitura por 25 anos e disse, durante depoimento, estar indignado por não conseguir desmarcar um serviço agendado. Por isso, contou que resolveu ligar por volta do meio-dia para a telefonista, avisando que uma bomba iria explodir no local durante a tarde.
— Ele nos disse, assim como confirmou a telefonista, que o objetivo de ligar anunciando a bomba era para evitar um problema maior, pelo fato de que o alvo dele era apenas a prefeitura em geral, devido ao atendimento que teve. Por isso teria avisado de uma bomba para que todos servidores pudessem sair do prédio — ressaltou Carrijo.
A polícia destaca que, apesar de a bomba ser falsa, todas as providências e os protocolos para estes casos foram seguidos. A telefonista avisou os superiores, e a Secretaria de Segurança de Esteio informou o delegado Mario Souza, diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana.
Mobilização e investigação
Souza disse que foram mobilizados mais de cem agentes, entre policiais civis, guardas municipais, bombeiros e brigadianos, inclusive os especialistas em desarmar bombas. Após a evacuação do prédio e o isolamento de toda a área no entorno da prefeitura, foi iniciada uma varredura.
Por volta de 17h, foi confirmado que não havia artefato explosivo e, uma hora depois, o prédio foi liberado. A partir desse momento, a Polícia Civil iniciou a investigação.
Após várias diligências e depoimentos, o delegado Carrijo conseguiu identificar um suspeito. Ao chegar na residência do homem, morador de Esteio, ele foi conduzido para a delegacia para depoimento.
O aposentado e ex-servidor da prefeitura confessou o crime e ainda afirmou que não estava arrependido. Sem antecedentes criminais, o investigado apenas disse que estava com raiva dos serviços públicos prestados e que se sentiu ofendido, ainda mais por ser ter sido um funcionário do local.
De acordo com o delegado Mario Souza, o homem não está tendo o nome divulgado para evitar represálias, já que o fato causou grande indignação na comunidade, e também para evitar algum problema futuro.
O investigado vai responder em liberdade por atentado contra serviço público, conforme o artigo 265 do Código Penal, com pena prevista de um a cinco anos de prisão e multa, e ainda por alarme sobre falso perigo para provocar pânico, conforme o artigo 41 da Lei de Contravenções Penais, com pena de 15 dias a seis meses de detenção, além de multa.
— Ainda estamos apurando alguns fatos, principalmente para ver se há algo em relação a algum servidor e se o investigado chegou a colocar algum objeto dentro do prédio antes de fazer a ligação. Em princípio, nada disso ainda foi constatado — explicou Souza.
O ex-servidor teve o celular apreendido para ser periciado.