A história de Sara Vieira junto aos animais se iniciou em 1999, quando decidiu ajudar o Sr. Bartolomeu, primeiro cachorro resgatado pela protetora. Na época, aos 21 anos, ela nem imaginava que sua trajetória seria marcada por centenas de cães e gatos.
A ideia de fundação de um grupo de apoio aos bichinhos surgiu em um momento conturbado em sua vida pessoal, após duas gravidezes mal-sucedidas, aos 22 e 23 anos. Segundo ela, foi no trabalho de dedicação aos animais que encontrou força para superar a tristeza.
— Quem mais ganhou nisso tudo fui eu. Na verdade, foram eles que me resgataram — diz Sara.
Hoje, a protetora é presidente do Projeto Anjos de Patas, uma Organização Não Governamental (ONG) fundada em 2009. O sítio, localizado em Águas Claras, Viamão, possui mais de dois hectares de extensão. Atualmente, mais de 300 animais estão abrigados por lá.
A ONG conta com o auxílio de quatro funcionários fixos para o tratamento dos bichinhos que são, ao todo, 260 cães, 43 gatos e um cavalo.
De acordo com Sara, os cachorros consomem cerca de três toneladas de ração por mês e, os gatos, em torno de 260 quilos.
Com todas as despesas, os custos para manter o sítio ficam em torno de R$ 14 mil mensais. Para conseguir arrecadar a verba, a equipe precisa se virar. E, por isso, produz, anualmente, calendários com imagens dos animais da ONG que estão à espera de um lar, além de rifas, leilões e brechós. A ONG também oferece castração a animais de famílias de baixa renda.
Cerca de 30% dos animais também contam com a ajuda de padrinhos fixos, pessoas que voluntariamente se responsabilizam pelo tratamento ou ração de um cão ou gato específico, até que o animal encontre alguém que o adote. Tudo para proporcionar melhores condições de vida aos bichinhos.
— É incrível ver a superação desses animais, a garra, a luta por viver. Nós não aguentaríamos o que eles carregam todos os dias nos ombros. É rejeição, maus tratos, fome, sede. Tem vidas que ficamos com medo de tocar de tão frágil que são, e vemos a transformação, o amor, a gratidão. Tem bicho que doei há mais de 10 anos e ainda me reconhece. Eu fui resgatada pelo projeto Anjos de Patas — finaliza.
Adoções na quarentena
Durante a pandemia, Sara afirma que os cuidados nos processos de adoção foram redobrados. Ela buscou entender ainda mais a rotina de quem se propõe a pegar um bichinho no período da quarentena.
— As adoções aumentaram com a pandemia, mas nós analisamos muito em razão do confinamento. A gente tenta entender a vida da pessoa antes da quarentena. Onde o animal se encaixa? Não pode ser por carência, tem que ser uma escolha consciente — afirma.
Para adotar um bichinho ou auxiliar nos custos da ONG, basta entrar em contato com a equipe por meio do site ou nas redes sociais Anjos de Patas.
*Produção Amanda Caselli