Nesta quinta-feira (10), o vão principal da nova ponte do Guaíba será liberado para o tráfego de veículos após mais de uma década de espera. A conclusão total da obra, porém, depende ainda da retirada de mais de 600 famílias que vivem nas vilas Areia e Tio Zeca, área de extrema situação de vulnerabilidade social. Esta será uma das prioridades do governo federal para a entrega definitiva do espaço.
— Já estamos estruturados para fazer isso. Vai ser a pauta de 2021. Não foi possível este ano em razão da pandemia, porque tínhamos de fazer audiências presenciais. No início do ano, vamos retomar a negociação com as famílias — afirmou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quarta-feira (9).
O processo de reassentamento ainda não foi iniciado. Há mais de oito anos que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) negocia a mudança, apesar de a construção da travessia ter sido iniciada há seis. O Dnit tem concentrado recursos no trecho da obra que garantirá o uso parcial da ponte já em 2020.
A transferência dos moradores deve ocorrer para que as obras avancem e sejam completamente concluídas em 2021, conforme projeção do ministro. Segundo ele, a negociação envolve, além de realocação das pessoas, o sistema de compra assistida, na qual a pasta ajuda a família a fazer a compra de um imóvel. A indenização varia de R$ 150 mil a R$ 170 mil por família.
— A nossa ideia é que até o final do ano que vem a gente possa liberar completamente a ponte. Parte da estrutura já está lançada. As peças já estão pré-moldadas. As peças para a conclusão já estão todas fabricadas. O que precisamos é liberar faixas de trabalho para que a gente possa iniciar a montagem dessas estruturas. Portanto, a nossa previsão, ganhando força a liberação das famílias, é liberar no final do ano que vem — projetou o ministro.
A nova ponte terá ao todo 12,3 quilômetros com um total de cinco quilômetros de trecho em aterro e 7,3 quilômetros entre pontes, alças e viadutos. A estimativa é que 50 mil veículos utilizem a travessia diariamente. As obras começaram em outubro de 2014 e deveriam ter ficado prontas em 2017.