Apesar do pedido de empresários, a prefeitura tem convicção de que, por enquanto, não vai avançar na retomada das atividades econômicas em Porto Alegre. Para o próximo fim de semana, por exemplo, não haverá liberação para o funcionamento do comércio e de shoppings na cidade.
A garantia é do secretário municipal de Saúde, Pablo Stürmer, que concedeu entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta quinta-feira (27). Segundo ele, além da restrição aos sábados e domingos, também não haverá, por enquanto, ampliação do horário e funcionamento.
Atualmente, lojas de rua podem abrir entre 10h e 17h, de segunda a sexta-feira. Já os shoppings podem funcionar nos mesmos dias, mas entre 12h e 19h.
— Estamos analisando com relação a feiras, que em nenhum momento abriram na pandemia, mas para essa semana, com relação a shoppings e comércio, a gente não entende que tem condições de avançar. (...) No momento em a gente começou a perceber condições de reabertura, uma ideia era fazer uma abertura mais ampla por três semanas e fechar uma para balanço. As entidades disseram que precisavam abrir pelo menos alguns dias da semana. Foi o que fizemos, e neste momento é o que a gente pode manter, com atenção aos próximos dias — disse, em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
Porto Alegre tinha, até as 10h30min desta quinta-feira, 324 pacientes confirmados com coronavírus em leitos de UTI, além de outros 39 suspeitos. O número voltou a subir, em parte devido à inclusão de 15 pacientes que não estavam sendo contabilizados.
— A gente precisa olhar para todos os hospitais, toda a rede, e é justamente essa questão. A gente vinha quase que em uma decrescente e isso mudou: ou estabilizou ou pode ser que esteja retomando uma curva de crescimento. E com esse dado, diante da imprevisibilidade do vírus e de mais ninguém, de mais nenhuma entidade, a gente precisa ter alguns dias de observação para tomar a melhor conduta.
Além da ocupação de leitos de UTI, a prefeitura monitora também o número de casos — que voltou a crescer entre 10 e 16 de agosto —, a procura por atendimento em unidades de saúde e o número de mortes. A composição de dados é o que faz com que haja cautela neste momento.
Já em relação ao retorno de aulas presenciais na Capital, Stürmer disse que ainda não há definição — a programação deve estar mais clara em setembro. Para ele, é preciso colocar todos os fatores na balança:
— Mais do que o risco para as crianças, que são menos afetadas em termos de gravidade, há o risco de toda a retomada da circulação e o fato de que crianças acabam transmitindo o vírus para os adultos. Por outro lado, precisamos considerar que são quase seis meses sem aula (...) Precisamos botar na balança que com, com a retomada da economia, mais pessoas voltam ao trabalho e têm mais dificuldade de ter com quem deixar as crianças.