Pedras soltas, acúmulo de areia e de materiais de construção. Andar em algumas calçadas do 4° Distrito se tornou um desafio diário para moradores e trabalhadores de bairros como São Geraldo. O calçamento, que já era precário em alguns locais, teria ficado ainda pior depois que o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) fez obras na região — o órgão é responsável por entregar o trecho no qual faz obras como estava anteriormente. Segundo frequentadores da região, isso não estaria ocorrendo.
— O bairro está todo assim, mal remendado. Na maioria das ruas, cortaram o calçamento para colocar encanamentos novos, mas fizeram um serviço de qualquer jeito depois. Algumas calçadas estão afundadas porque usaram uma argamassa frágil e areia. Com a chuva, aquilo cede e as pedras se soltam — reclama o empresário André Makariewicz, que costuma passar por ali ao visitar familiares.
Para a empresária Silvia Colossi, que mora e trabalha na Avenida Cairú, a situação resultou em gastos. O calçamento em frente ao hotel que ela e a família mantêm teve o basalto danificado e precisou ser refeito com recursos próprios, assim como a calçada do prédio onde reside, que teve o conserto dividido entre os vizinhos. O mesmo já ocorreu com o engenheiro mecânico Michael Sajovic, que tem uma fábrica na Rua Santos Dumont.
— Toda vez que eles mexem, não fecham direito. Sabemos que empreiteiras terceirizadas fazem o serviço, e que todo órgão público tem suas dificuldades. Mas são problemas históricos. Já tive que mandar refazer a calçada e pedir aos meus funcionários para retirarem a areia que ficou — lamenta.
GaúchaZH entrou em contato com o Dmae, que afirmou ter concluído a obra de substituição de rede de água antiga no 4° Distrito e estar na etapa de vistoria para recebimento. "Existem pendências de acabamento em passeios e pavimentos, e a equipe de fiscalização está atenta a essas situações. Os endereços recebidos serão avaliados pelo fiscal da obra", afirmou o órgão em nota.