Enquanto os espaços destinados à triagem e ao tratamento de pacientes com suspeita de coronavírus têm aumento na demanda, as emergências de Porto Alegre operam abaixo do limite nesta quinta-feira (23). Diferentemente de outros invernos, quando os pronto-atendimentos e emergências hospitalares estavam com lotação ou superlotação, a pandemia modificou esse cenário. Agora, a demanda maior é nas tendas de triagem e enfermarias exclusivas para covid-19.
Dos 256 leitos disponíveis nas emergências adulto de Porto Alegre, 213 estavam ocupados na manhã desta quinta-feira. Isso fez com que as emergências da Capital voltadas ao atendimento de adultos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) operassem com 83% da capacidade. À tarde, esse percentual subiu para 94,5%. Em julho do ano passado, a ocupação superava os 150%. Os dados estão no painel de monitoramento de emergências da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
A emergência do Hospital de Clínicas era a que apresentava a pior situação nesta quinta, com 50 pacientes para 41 leitos. Entre os prontos-atendimentos, o da Bom Jesus e a UPA Moacyr Scliar continham o maior número de pessoas aguardando atendimento, com cerca de duas horas de espera. Mesmo assim, todos os locais estavam com grau de alerta baixo ou muito baixo para superlotação.
De acordo com a prefeitura, um dos motivos para essa redução está no medo da população em procurar atendimento médico em meio à pandemia. O receio de se contaminar com o vírus acaba fazendo com que os usuários do sistema busquem as emergências apenas em último caso. O mesmo acontece nos postos de saúde, que acumulam queda de 40% nos atendimentos nos últimos três meses.
Em compensação, as tendas de triagem voltadas a pacientes com sintomas da covid-19, assim como as alas de internação e de terapia intensiva, estão operando no limite. Na última terça-feira (21), a tenda de triagem localizada no Hospital Vila Nova registrou o pico de demanda até agora: 105 atendimentos, ante a média de 30 no mês passado.