Nem mesmo a ameaça iminente de lockdown em Porto Alegre inibiu a circulação de pessoas, na tarde deste sábado (18), em locais de lazer da Capital, brindada com sol e calor após dias de frio intenso. Com a orla do Guaíba interditada pela prefeitura em razão da pandemia e fiscalizada de perto pela Guarda Municipal, o movimento se deslocou para a Praça Júlio Mesquita, em frente à Usina do Gasômetro.
Na última sexta-feira (17), o prefeito Nelson Marchezan voltou a fazer um apelo à população. Após ouvir de gestores de hospitais que há pouca margem para novos leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), ele admitiu a possibilidade de um bloqueio total nos próximos dias, caso o índice de isolamento social não aumente.
— Infelizmente, só o que nos resta é buscar que cada um faça um esforço individual para que a gente diminua a circulação e a demanda por leitos ou que a gente adote, durante a semana que vem, se o nosso isolamento não prosperar, um lockdown — afirmou o prefeito.
Embora o sábado tenha começado com pouco movimento em parques e na região à beira do Guaíba — desde 3 de julho, a orla e os parques Germânia, Harmonia, Chico Mendes e Gabriel Knijnik estão fechados por decreto e são controlados por guardas municipais —, a situação mudou à tarde em outros pontos da cidade.
Foi o que se viu na Praça Júlio de Mesquita, com seus deques de madeira, bancos, brinquedos e equipamentos de ginástica revitalizados. Com a temperatura acima de 25ºC e o sol descendo no Guaíba, casais, grupos de amigos, idosos, ciclistas e alguns solitários foram ao local para tomar chimarrão, curtir o parquinho com os filhos e passear com cachorros.
Alguns levaram cadeiras de praia e se sentaram no gramado para sorver o mate, tomar sol e ler. Outros se esticaram na grama ou estacionaram as bicicletas para uma breve pausa. Parte dos frequentadores manteve distanciamento mínimo e observou cuidados básicos, parte, não. Além de ignorar o pedido feito por Marchezan, muitos deixaram as máscaras de lado, como se o perigo não estivesse à espreita.