Um grupo de cerca de 25 rodoviários protestou em frente à garagem da empresa de ônibus Sopal, do consórcio MOB, na Avenida dos Maias, zona norte de Porto Alegre, na manhã desta terça-feira (9). Eles reclamavam do parcelamento de salários e benefícios, como vale-alimentação, e de demissões por parte das empresas.
A ação foi semelhante à ocorrida no dia 1º de junho na garagem da empresa Trevo, na Zona Sul. Com bandeiras e faixas, os rodoviários abordavam quem chegava e quem saía para trabalhar e explicavam a razão do protesto.
O ato, que começou às 5h, foi encerrado por volta das 7h30min. Não houve bloqueios, e os ônibus saíram normalmente.
O delegado do Sindicato dos Rodoviários, Márcio Campos, 35 anos, explicou que, por enquanto, a ideia não é parar.
— A gente só não parou em virtude da população. Temos colegas passando por dificuldades. Mas queremos conversar com autoridades para achar uma solução — diz.
Ao todo, a Sopal opera 19 linhas que atendem a zona norte da Capital. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e a Brigada Militar monitoraram a situação.
O que diz a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP):
"Como viemos divulgando para a imprensa e em nossos canais de comunicação nos últimos meses, a situação das empresas é bastante grave, e há dificuldade para pagar itens básicos da operação como o salário, e até o combustível. A crise já vinha sendo enfrentada pelas empresas de ônibus, mas se agravou com a pandemia, chegando a ter uma queda de mais de 70% no número de passageiros. O prejuízo desde o início da pandemia ultrapassa os R$ 40 milhões. As empresas de ônibus seguem buscado, junto a outras entidades do setor, apoio dos governos em todas as esferas, federal, estadual e municipal, mas até o momento não obtiveram êxito."