Um grupo de rodoviários fez um protesto em frente à garagem da empresa Trevo, no bairro Cristal, na zona sul de Porto Alegre, nesta segunda-feira (1º). Eram cerca de 20 integrantes do Sindicato dos Rodoviários que reclamavam de parcelamento de salários, após adesão das companhias à Medida Provisória 936, que permite a suspensão dos contratos, com integralização dos vencimentos pelo governo federal.
Segundo os trabalhadores, as empresas pagam em três parcelas a parte do pagamento que as compete. O vale-alimentação também estaria sendo parcelado, segundo o sindicato.
Os manifestantes carregavam bandeiras do sindicato e abordavam os motoristas na saída dos coletivos. Nenhum veículo foi impedido de circular.
Ao entregar panfletos, os rodoviários alertaram para as dificuldades que os colegas estão vivendo.
– Tem trabalhador vivendo de doação de cesta básica – alerta o presidente do sindicato, Sandro Abbade, que afirma que são cerca de 200 famílias auxiliadas com a entrega dos ranchos.
A manifestação foi pacífica e acompanhada pela EPTC e pela Brigada Militar. O protesto terminou pouco antes das 7h30min.
O que diz a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP):
"A crise já vinha sendo enfrentada pelas empresas, mas, com a pandemia, se agravou, chegando a ter uma queda de mais de 70% no número de passageiros. O prejuízo desde o início da pandemia já ultrapassa os R$ 40 milhões. Mesmo com a redução na operação e otimização de linhas, isto não diminui o custo na mesma proporção da queda que se teve na receita. As empresas de ônibus têm buscado, junto a outras entidades do setor, apoio dos governos em todas as esferas, federal, estadual e municipal, mas até o momento não obtiveram êxito. Estão com dificuldades para pagar itens básicos como salários e combustível. Sem um aporte financeiro, como têm ocorrido em outras capitais, não conseguirão manter o serviço."