Foi retomada, nesta semana, a revitalização da orla da Vila da Assunção, na zona sul de Porto Alegre. A nova previsão é de que a área onde ficava o bar Timbuka, demolido em 2008, seja entregue até outubro.
As obras foram interrompidas com a chegada da covid-19, no final de março. De acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade, que coordena a execução, os trabalhos foram paralisados em razão de problemas financeiros da construtora advindos da pandemia, adiando a previsão inicial de entrega em abril. Após, a empresa esclareceu que os problemas eram momentâneos e iguais aos dos demais empresários do setor, envolvendo renegociações com fornecedores, clientes e funcionários.
Com cerca de um terço da obra já executada, o ponto de contemplação do Guaíba e de prática de esportes está recebendo arquibancadas em concreto, três novas escadas, duas rampas de acessibilidade e 458 m² de piso podotátil para facilitar o acesso de pessoas com deficiência visual e baixa visão. A revitalização inclui ainda 30 bancos, oito lixeiras, área de estar com aparelhos de ginástica e recuperação da alvenaria de granito.
Os recursos, estimados em R$ 415 mil, vieram do termo de conversão de área pública (quando uma empresa banca obras públicas como compensação pelo impacto de outro empreendimento) firmado com a R. Correa Engenharia por construção na Avenida Otto Niemeyer.
Pelo novo decreto da prefeitura, as construções devem ser paralisadas em Porto Alegre. Mas Bolivar Correa, um dos sócios da construtora, acrescenta que, como obra pública, os trabalhos na orla da Vila Assunção vão ter continuidade.
Três décadas de entraves
Na década de 1990, para dar início a um projeto de revitalização da orla na Zona Sul, a prefeitura entrou na Justiça contra uma série de empreendimentos irregularmente posicionados sobre o Guaíba. A briga na Justiça se estendeu por anos;
Em 2007 e 2008, respectivamente, a prefeitura conseguiu na Justiça ordem contra os últimos deles, o Bar do Orlando, em Ipanema, e o Bar do Timbuka, na Vila Assunção. A gestão, à época, era a do prefeito José Fogaça;
Demolido o Timbuka, a prefeitura não conseguiu recursos para desengavetar o projeto de revitalização, que previa trapiche, quiosque, concha acústica e área de convivência. O espaço passou três anos parcialmente em ruínas;
Em 2011, já sob a gestão de José Fortunati, as secretarias de Obras e Viação, Meio Ambiente e o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) juntaram esforços para fazer uma revitalização com recursos próprios. Além da limpeza do local, foi construído mirante, arquibancadas, três bancos de praça, cinco luminárias e um passeio de lajes de grés;
Embora modesta e criticada pelos moradores da região, a obra serviu para manter o espaço com bom fluxo de frequentadores, sobretudo para caminhadas aos finais de tarde. Com o tempo, o espaço foi avariado por vandalismo e por causas naturais, com a enchente que comprometeu as arquibancadas de frente para o Guaíba, em 2015;
Em janeiro 2020, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade deu início a uma nova revitalização do espaço, com novas arquibancadas de concreto, três escadarias, duas rampas, passeio alargado, 30 novos bancos, oito lixeiras e aparelhos de ginástica;
O investimento de R$ 415 mil veio por meio de termo de conversão de área pública firmado com a empresa R.Correa Engenharia, como compensação por outro empreendimento na Zona Sul. As obras estão sendo executadas pela RSVB Empreendimentos, contratada pela R.Correa, e tinham previsão de entrega em abril;