A partir desta quarta-feira (24), usuários do transporte coletivo da Capital precisam ter mais paciência na hora de esperar o ônibus. Os coletivos só podem circular com limite máximo de passageiros sentados, sem ninguém em pé, seguindo decreto da prefeitura de Porto Alegre.
Ainda antes das 7h, muitos usuários enviaram mensagens para a Rádio Gaucha reclamando que os ônibus estavam deixando os passageiros nas paradas. Os relatos eram principalmente de bairros da Zona Sul, como Restinga, Belém Novo e Glória.
Em um dos principais horários de pico, a faixa das 7h, a reportagem de GaúchaZH viu ônibus circulando dentro das regras, somente com passageiros sentados. No terminal Princesa Isabel, na Azenha, passageiros aguardavam pouco tempo para embarcar. No entanto, motoristas alertavam para as novas regras:
— Já deixei um monte de gente nas paradas. Não tem o que fazer — disse um condutor que vinha da Zona Sul.
Em uma parada do bairro Cavalhada, quase 30 pessoas esperavam por um ônibus por volta das 7h30min. Algumas relatavam espera de até 45 minutos para embarcar — as reclamações de dirigiam, principalmente, à linha T11, da Carris.
— Já passaram dois ônibus com todos os passageiros sentados e não deixaram ninguém subir. Vou me atrasar, já avisei o pessoal na clínica — disse Claudia Santos D’Ávila, 47 anos, assistente administrativo, que chegou às 7h20min e só conseguiu embarcar às 7h44min. Ela deveria chegar ao trabalho às 8h, na Plinio Brasil Milano.
José Carlos Rodrigues, 55 anos, também viu dois ônibus passarem lotados, sem conseguir embarcar.
— O T11 é o único que consigo pegar para ir até o aeroporto, onde trabalho. Já estou há 20 minutos esperando — lamentou.
William Kerescky, 26 anos, tentava ir para o trabalho no Centro. Em uma parada na Avenida Vicente Monteggia, ficou mais de uma hora aguardando.
— Estava esperando o Jardim Vila Nova, mas veio lotado várias vezes. As pessoas ficaram na parada, subiu só uma e fiquei uma hora mais ou menos esperando — relata o jovem, que, assim que desceu na Cavalhada, conseguiu pegar o próximo coletivo em direção ao Centro.
Já na Zona Norte, cerca de 20 pessoas aguardavam por um ônibus no corredor da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, no Jardim Leopoldina. Um coletivo que fazia a linha T6, por exemplo, tinha todos os bancos ocupados e passageiros não puderam entrar.
Uma delas foi a Regiane Almeida de Lima, 39 anos, que estava indo trabalhar em uma clínica de prótese dentária na Avenida Protásio Alves.
— O motorista disse que só poderiam entrar cinco pessoas. Eu acho que tinha que poder transportar em pé. Se todos estiverem de máscara, estão todos protegidos — diz.
Cerca de 10 minutos depois, um outro T6 passou e todos puderam embarcar, mas logo em seguida a parada já estava cheia. Um ônibus com os letreiros apagados passou pela parada e só desembarcaram passageiros. Havia pelo menos 10 pessoas em pé.
Novo decreto da prefeitura
Além do limite de passageiros, o decreto determina que usuários e motoristas devem usar máscaras, conforme já vinha sendo orientado. A tabela horária fornecida pela EPTC deverá considerar uma redução entre 10% e 70% do total de viagens.
Pessoas com 60 anos ou mais não podem utilizar o cartão TRI entre 6h e 9h e entre 16h e 19h. O cartão tem o uso autorizado somente por residentes, estagiários, aprendizes nas atividades em funcionamento e estudantes das áreas da saúde e da educação.
O que diz a EPTC:
"Sobre redução do limite de passageiros transportados: a EPTC informa que, desde a abertura gradual no fim de abril, os horários começaram a ser ampliados. O último aumento de oferta foi realizado na segunda-feira e estava preparado para comportar o movimento da cidade na semana passada. Com o fechamento em razão do aumento de casos, a demanda é suficiente para atender a restrição de transportar apenas passageiros sentamos. Técnicos seguem a análise diária para ajustes pontuais em linhas que venham a apresentar alta demanda. A orientação é para que o limite seja respeitado, que os passageiros tenham a consciência de esperar o próximo ônibus para segurança de todos. Pedimos a colaboração de todos para registrar informações pelo número oficial, 118 com prefixo, linha, horário e local. Isso facilita o trabalho dos técnicos para solução dos eventuais problemas."