A mais nova restrição imposta pela prefeitura de Porto Alegre – publicado na madrugada desta terça-feira (23) – atinge um setor que já havia se reestruturado para atender de forma presencial: os bares e restaurantes terão de voltar ao sistema de telentrega e pegue e leve. Nas primeiras horas da manhã, poucos empresários se mostravam informados sobre a medida mais recente.
— Mais um decreto? A gente já está vendendo 30% do que vendia antes e agora vamos ter que fechar de novo — conta Cléber Scapini, dono da Lancheria Planetário, no bairro Santana, local que demitiu um terço dos funcionários desde o início da pandemia.
A partir de quinta-feira (25), restaurantes da Capital não poderão mais servir refeições nas mesas, preparadas individualmente ou em bufês. Bares, lancherias, padarias e lojas de conveniência voltam a atuar somente com telentrega e pegue e leve.
Os shoppings da Capital e os centros comerciais fecham novamente, e neles só poderão funcionar as farmácias, os estabelecimentos na área da saúde, os supermercados, os postos da Polícia Federal, os bancos e as lotéricas. Restaurantes, bares e lancherias que funcionam nesses lugares seguem a regra geral de telentrega e pegue e leve.
Nos bairros Menino Deus e Cidade Baixa, os comércios permaneciam com cartazes anunciando restrições anteriores, quando se podia acessar o interior dos estabelecimentos.
No Krusburguer, ao lado do Capitólio, o cartaz que anuncia fechamento às 17h terá de ser removido, um dia após ser instalado. A mudança repentina dificulta a adaptação, segundo o sócio Wilson Marcos, 51 anos.
— A gente coloca um cartaz e já tira logo. Não dá para se organizar. A tele ajuda, mas só ameniza o prejuízo — avalia, enquanto observa o salão.
O estoque de alimentos do Olá Restaurante, no Centro Histórico, foi reforçado para servir os trabalhadores que almoçam próximo ao Viaduto dos Açorianos. O sócio-proprietário Marcos Stefani, 41 anos, teme ter de descartar parte do que foi adquirido.
— Se terei que fechar aqui dentro, metade das vendas vai cair — calcula.
Ao lado das cubas onde os pratos ficam expostos, uma fita zebrada evita que o cliente possa se servir. Ao se despedir da reportagem de GaúchaZH, um “até a próxima” reflete o sentimento de que as adaptações poderão ter de ser repensadas outra vez, sem data prevista.