O decreto que vigora desde quarta-feira (24) na Capital esvaziou a área de circulação interna dos ônibus, mas deixou passageiros mais tempo aguardando nas paradas. Na manhã desta quinta-feira (25), a reportagem de GaúchaZH acompanhou as dificuldades dos usuários do transporte público em Porto Alegre. Os coletivos só podem circular com limite máximo de passageiros sentados, sem ninguém em pé, seguindo a nova normativa.
Os maiores problemas foram vistos na Restinga, na Zona Sul, onde ônibus negaram acesso a quem fazia o sinal de embarque. A caminho do call center em que trabalha, Salete Alves, 42 anos, chegou a entrar no coletivo, mas teve de descer:
— O motorista disse que cabiam mais cinco, eu era a sexta e tive que voltar. Vou bater o ponto atrasada — relatou, às 7h15min.
Em uma parada próximo à Esplanda, uma das áreas de maior movimento do bairro, Salete aguardou mais dois veículos, que também rejeitaram o embarque. No terceiro, mudou seu itinerário e decidiu gastar uma passagem a mais, em outra linha que não estava tão cheia como a Rápida 10, para reduzir o atraso.
Não foram vistos passageiros em pé nos coletivos e, mesmo com mais de uma dezena de pessoas sob a proteção de embarque dos ônibus, o distanciamento médio foi respeitado. Desde o Lami, os veículos saíram com lotação máxima, cruzando os bairros em direção ao Centro sem interrupções no trajeto.
A auxiliar de limpeza Greice Borges da Silva, 31 anos, vive em uma área ainda mais afastada na Restinga e precisa de duas conduções até o bairro Cristal. O primeiro, segundo ela, passou com o letreiro "expresso", circulando pela faixa da esquerda.
— Assim tá difícil, tem que ter mais ônibus — sugere, em um tom de desespero devido a necessidade de chegar logo ao emprego.
Os ônibus transversais, como T11 e T6 também lotaram, deixando a população para trás. Na região do bairro Azenha, área central da cidade, os passageiros apenas podiam desembarcar, segundo Ana Maria Pinheiro Vieira, 50 anos.
Na Zona Norte, paradas das avenidas Francisco Silveira Bitencourt, Plinio Kroeff e Baltazar de Oliveira Garcia apresentaram situação semelhante. Em alguns momentos houve aglomeração, desfeita logo após a chegada de uma segunda linha.
Reclamações podem ser feitas pelo telefone 156.