Previstas para acontecer no período de 10 dias em que a elevação do vão móvel da ponte do Guaíba estiver suspensa, 16 viagens hidroviárias precisarão ser reagendadas ou terão suas cargas encaminhadas aos destinos por via rodoviária. Trata-se de operações de importação ou exportação da Braskem e da Transpetro.
Um pilar da ponte foi atingido por uma embarcação na noite da última quinta-feira (28). Na avaliação de especialistas, a estrutura danificada necessitava de reparo imediato. Os trabalhos no local tiveram início na sexta-feira (29). De acordo com a concessionária CCR ViaSul, responsável pela operação da ponte, o serviço está sendo executado pela empresa proprietária do barco envolvido no episódio. O tráfego de veículos sobre a travessia segue inalterado.
Segundo Fernando Estima, superintendente dos Portos do Rio Grande do Sul (Portos RS), considerando-se a movimentação de embarcações no Estado, apenas 30% dos navios necessitam do içamento do vão móvel para seguir viagem. Os outros 70% do fluxo correspondem a barcaças (menores). Entretanto, Estima acredita que a parada de pelo menos 10 dias terá um impacto importante, que provocará a retomada da discussão de temas importantes para o setor.
Para terça-feira (2), está marcada uma reunião virtual da Portos RS com representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), da Administração Hidroviária do Sul (AHSUL), ligada ao Dnit, e da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários. A pauta deve incluir temas como sinalização e mudança de regras (como limitação para viagens tendo em vista o nível de cerração).
— O que ocorreu nos traz um alerta — comenta Estima. — Nossa expectativa é que se consiga reduzir esse prazo de 10 dias — acrescenta.
O Rio Grande do Sul não deve sofrer com desabastecimento de gás de cozinha nesse período — nem mesmo se a obra se prolongar por mais tempo. Ronaldo Tonet, presidente do Sindicato das Empresas Distribuidoras, Comercializadoras e Revendedoras de Gases em Geral no Estado (Singasul), garante que não há risco de faltar o produto. Com as limitações no transporte hidroviário, a demanda será suprida pelas rodovias, com carretas carregando tanques partindo de refinarias no Paraná e em São Paulo. É o que costuma acontecer quando há algum problema que impede a navegação, explica Tonet.