Uma ferramenta que vai possibilitar aulas remotas a estudantes da rede municipal de Porto Alegre tem lançamento previsto para a próxima semana. A plataforma focará em atividades para o Ensino Fundamental. O objetivo é atenuar os atrasos para o fechamento do ano letivo, já que as escolas não deverão abrir antes de julho, mais de três meses após terem o funcionamento suspenso devido ao coronavírus.
A intenção da Secretaria Municipal da Educação (Smed) é começar a utilizar o contato eletrônico a partir da apresentação do sistema. De acordo com o titular da pasta, Adriano Naves de Brito, a iniciativa está em desenvolvimento desde o ano passado e teve a apresentação antecipada. A plataforma deverá fazer parte do cotidiano do ensino da Capital mesmo após o fim da pandemia.
— A perspectiva é que na semana que vem a gente consiga lançar para que se institucionalize o que chamamos de educação remota — relata.
Desde o início da suspensão das aulas presenciais para alunos do Ensino Fundamental, em 16 de março, as 58 escolas municipais da rede — que, juntas, contam com quase 40 mil alunos, incluindo a Educação de Jovens e Adultos (EJA) — decidiram separadamente como manteriam os alunos em atividades. A prefeitura prevê que a falta de padronização vá gerar dificuldades na análise sobre o que será validado para a contagem de dias letivos.
Quanto ao acesso dos estudantes à internet, Brito diz que, através de pesquisas, foi identificado que 97% dos estudantes possuem, pelo menos, um telefone celular em casa. Ainda assim, dificuldades na contratação de franquias de internet farão com que as lições também sejam oferecidas de forma física, embora o secretário não tenha detalhado como a ação será feita.
Aulas presenciais
Ao comentar, nesta quarta-feira (28), a apresentação do cronograma do governo do Estado para a retomada das aulas, priorizando a Educação Infantil e o Ensino Médio, Brito diz que ainda não é possível anunciar um plano municipal. Para ele, como a retomada desses grupos, no início de julho, depende da análise do avanço do coronavírus no Rio Grande do Sul, as datas e condições ainda poderão ser alteradas.
Ainda assim, o secretário traçou um eventual cenário: caso as aulas presenciais sejam retomadas em agosto, o ano letivo da rede municipal poderia ser concluído em fevereiro de 2021.
— Nós tínhamos escolas atrasadas, mas creio que, se começarmos em agosto, vamos conseguir cumprir as 800 horas letivas. Assim, o próximo ano letivo começaria em abril — diz.
Apesar de ser possível o retorno das aulas em julho, Brito demonstra preocupação com as crianças mais novas. Para ele, estudantes da Educação Infantil — de zero a cinco anos — devem voltar às escolas para "agirem como crianças", com segurança sanitária. Por isso, o município só deverá liberar a volta desses estudantes após avaliações da Secretaria da Saúde, mas também da área pedagógica da Smed.