Por conta do aumento dos casos de infecção pelo coronavírus em Porto Alegre, a orientação é de isolamento social. Ou seja, que as pessoas permaneçam em suas casas, evitando aglomerações em espaços públicos. Para conferir como foi este primeiro fim de semana sob esta nova medida, GaúchaZH circulou pelas ruas da Capital, acessando pontos turísticos e lugares normalmente frequentados.
Em um domingo (22) de sol, com o termômetro chegando aos 30°C, seria natural que a população estivesse ocupando estes espaços. Mas, desta vez, o cenário era completamente o oposto.
— Parecia uma cena de filme de guerra, quando tem o toque de recolher e vai todo mundo para dentro de casa — descreveu o repórter fotográfico Jefferson Botega.
Na orla do Guaíba, onde muitas famílias se aglomeram nos arredores da Usina do Gasômetro para aproveitar o dia, nenhuma movimentação. Segundo dados da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (Smams), em média, o local recebe cerca de 50 mil pessoas a cada fim de semana.
Mesmo aqueles que se arriscaram, estavam praticamente sós. Na Avenida Beira-Rio, que costuma ser fechada para práticas de corridas e caminhadas, pouquíssimas pessoas. Nas imediações do Museu Iberê Camargo, alguns ciclistas pedalavam em direção à zona sul.
No Parque Marinha do Brasil, um único skatista deslizava solitário pela rampa. No mais, nenhuma viva alma sequer para repousar embaixo das árvores. Ao lado do Estádio Beira-Rio, que em domingos de futebol serve de palco para vendedores ambulantes e amigos fazendo churrasco à espera do jogo, simplesmente o vazio. Somente o vento circulava e balançava os galhos.
Outros lugares sempre com presença maciça de gente, como nas proximidades do Mercado Público ou na Rodoviária, no centro da cidade, praticamente inabitados, com raros veículos circulando.
No Parque da Redenção, que costuma abrigar o famoso brique nas manhãs de domingo, o cenário era igual. Nenhuma roda de chimarrão, apresentação artística ou pessoas passeando com seus animais de estimação.
Avenidas movimentadas, como a Osvaldo Aranha, só tinham seu silêncio interrompido quando uma das 40 viaturas da Guarda Municipal passava para anunciar, em serviço de alto-falante, que os moradores retornassem às suas residências. Entretanto, o quadro visto, em sua ampla maioria, era de conscientização. Um fim de semana até então atípico, mas que deve se repetir por tempo indeterminado.