Uma reunião na segunda-feira (27), às 11h, na Secretaria de Cultura, deverá selar a contratação da Opinião Produtora como a organizadora do Carnaval de Rua de 2020 de Porto Alegre. Na terça-feira passada (21), a 11 dias da previsão de saída dos primeiros blocos, o pregão eletrônico para definir as empresas responsáveis pelo evento terminou sem interessados. Durante a disputa, foram feitas e logo retiradas apenas duas ofertas com valor abaixo do mínimo previsto no edital, de R$ 51.561,11.
Desde então, a Secretaria de Cultura buscava duas autorizações junto à Procuradoria-Geral do Município (PGM): uma para buscar uma contratação emergencial, dado o pouco tempo até o evento, e outra para negociar a flexibilização dos encargos previstos no edital, vistos como inviáveis pelas produtoras. A segunda permissão veio apenas na tarde desta sexta-feira (24).
— Até então, eu vinha conversando com diferentes produtoras se elas teriam interesse e capacidade financeira para organizar o Carnaval. Mas não podia assegurar oficialmente que o evento aconteceria. Agora, com margem para negociar, estou aliviado — declarou o secretário de Cultura, Luciano Alabarse.
Segundo o secretário, de quatro produtoras sondadas, a Opinião foi a única que manifestou interesse. Em 2019, ela participou da organização ao lado da Grupo Austral e da Impacto Vento Norte, que vencera a licitação. Segundo a prefeitura, 200 mil pessoas participaram do evento daquele ano, que contou com estrutura como banheiros químicos, segurança da Guarda Municipal e sonorização de qualidade.
No entanto, passa pelo acordo entre prefeitura e produtora um enxugamento da edição de 2020, sobretudo em relação às datas. O edital previa que os 24 blocos desfilassem aos finais de semana entre 1º de fevereiro e 8 de março. A produtora propõe que os mesmos blocos se dividam apenas em oito datas: os quatro dias do Carnaval (22 a 25 de fevereiro), o final de semana anterior (15 e 16 de fevereiro) e o posterior ao feriado (29 de fevereiro e 1º de março). Além desses, seriam organizados oito carnavais descentralizados, em bairros da cidade, em vez dos 12 previstos no edital.
Conforme Claudio Favero, da Opinião Produtora, somados os R$ 3 mil destinados a cada bloco aos demais encargos de infraestrutura, o custo estimado do Carnaval de Rua oscila em torno de R$ 1 milhão. Para não sair no prejuízo, podem obter patrocínios em espaços publicitários e comercializar bebidas e comidas. O desafio é encontrar margem para reduzir esse valor.
— Problema é que as empresas patrocinadoras começam a pensar em Carnaval pelo menos seis meses antes. A poucos dias do evento, quanto mais conseguirmos baixar custo, maior a chance de obtermos um patrocinador de última hora— declara Favero.
Alabarse reconhece que o edital da prefeitura saiu muito perto do evento, o que pode ter afastado interessados:
— Infelizmente, a documentação precisa passar por uma série de setores da prefeitura e não temos ingerência sobre o tempo de cada um deles. Mas o importante é que não desistimos.
Os circuitos centralizados serão na Cidade Baixa (entre a Avenida Aureliano de Figueiredo Pinto e a Praça Garibaldi, não mais nas ruas internas do bairro), no Centro Histórico (com concentração na Praça da Matriz) e no trecho revitalizado da Orla.