Ainda não havia fechado 24 horas da inauguração do prédio da Padaria Pasquali, no bairro Cavalhada, zona sul de Porto Alegre, quando o proprietário reparou que o canteiro na frente da fachada estava diferente. Bruno D'Andréa, 33 anos, recorreu às imagens das câmeras de monitoramento do prédio e quase não acreditou enquanto assistia a uma mulher descer de um carro, furtar quatro plantinhas e voltar correndo para o veículo.
Ficou triste — e também indignado. Resolveu postar o trecho na página da padaria no Facebook: "Não precisa fazer isso. R$ 6,00!!! Isso mesmo, R$ 6,00 foi o valor que pagamos nas plantas suculentas que plantamos na frente da nossa padaria". E, divulgando o trabalho de uma floricultura da Zona Sul, ainda sugeriu: "Se ela tivesse o endereço da Floricultura Flor e Arte talvez não tivesse feito isso... Procure o Rogério lá que nos atendeu imensamente bem".
D'Andrea conta que na sua terra natal, Relvado, município com pouco mais de 2 mil habitantes perto de Anta Gorda, é comum as pessoas deixarem a porta de casa aberta e nada é roubado. Já em Porto Alegre, nem as plantinhas são poupadas.
— A gente já tinha a padaria há nove anos, em um prédio alugado, e há tempos vinhamos nos preparando para comprar um terreno e construir. O bairro aqui é muito simples, e a gente tentou fazer um ambiente muito legal para os clientes. Mas fomos surpreendidos já no primeiro dia — lamenta.
O post recebeu cerca de 500 comentários e mais de 350 compartilhamentos. Em várias mensagens, clientes relataram que já passaram pelo mesmo problema — alguns dizem que até pararam de decorar seus jardins em razão disso. "Muito triste não é pelo valor, mas se plantamos é porque gostamos de flores", lamentou uma senhora. Outros sugeriram que Bruno fizesse um boletim de ocorrência.
— Eu teria até vergonha de ir fazer um B.O. Como pode alguém roubar uma coisa de R$ 6? — responde o dono.
Destaca que sua intenção, ao postar o vídeo, não foi chegar à autora do furto — tanto que tomou o cuidado de baixar a qualidade da imagem para não mostrar seu rosto com nitidez. Ele acredita que expondo esse tipo de comportamento nas redes sociais, tem gente que vai pensar duas vezes antes de tomar atitude semelhante — afinal, "vai que alguém descobre".
— Quem viu o post e um dia levou alguma coisa que não era sua vai parar para pensar e talvez até se tornar uma pessoa melhor — torce.
Bruno ainda não abriu mão do seu canteiro: pretende retornar à floricultura para repor as plantas levadas.