Na Zona Norte de Porto Alegre, o empresário Ricardo Regus, 33 anos, trava uma guerra que sabe que não vai vencer. Apenas neste ano, por causa de pichações, mandou pintar duas vezes o muro da sua distribuidora de bombas centrífugas, localizada na Rua Senhor do Bom Fim, bairro Sarandi. Com uma gramática desafortunada, os vândalos provocaram novamente há duas semanas: "eu pixo e tu pinta vamo vê qem tem + tinta (sic)".
- É uma pouca vergonha o cara pintar numa semana e, na outra, vir alguém e pichar. É, no mínimo, um desrespeito - queixa-se o empresário, que já havia apagado a mesma provocação no muro.
Ricardo destaca que este é um problema em toda a cidade de Porto Alegre. O sentimento que tem é de impunidade: se vê como um refém da criminalidade.
- A gente está esperando para repintar. Mas é pintar para ser pichado novamente - afirma, resignado.
Vândalos já tinham pichado a mesma frase no primeiro semestre
Foto: Marcelo Monteiro/ Agência RBS
A aposentada Neila Martins, 55 anos, moradora do bairro, também critica a prática.
- Por toda a vila tem pichação. É uma coisa que incomoda muito, acho que as pessoas podiam aproveitar melhor o tempo delas em coisas mais úteis e construtivas - ressalta.
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Na Capital, o crime pode ser denunciado pelo número 153, o Disque-Pichação. De acordo com o comandante da Guarda Municipal, Nilo Bottini, apenas neste mês, seis pessoas já foram detidas, incluindo duas na Zona Norte. Ele afirma que elas poderão responder por dano ao patrimônio e dano ambiental.
Quem teve sua propriedade pichada também pode registrar o caso na polícia civil - ao menos na 22ª Delegacia de Polícia, que atende a área da Senhor do Bom Fim, é incomum fazer boletim de ocorrência por esse motivo.
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