Menos de duas semanas depois da retomada da demolição, as paredes do Ginásio da Brigada Militar foram derrubadas e restam apenas escombros no terreno que fica na esquina das avenidas Ipiranga e Silva Só, em Porto Alegre. A partir de agora, as ruínas serão trituradas e retiradas da área em cerca de 30 dias.
O centro esportivo teve parte do telhado arrancada por um temporal que atingiu a capital gaúcha em outubro de 2017. No início de 2018, o governo do Estado chegou a fazer um leilão para vender o terreno, mas não houve interessados.
A saída foi incluir o imóvel em uma permuta com a Verdi Sistemas Construtivos, em troca de um presídio que está sendo construído em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana.
— O próximo passo é fazer a trituração do concreto. Depois disso, fazer o carregamento e descartar o entulho, o que deve demorar cerca de 30 dias — afirma Jairo Vieira Gonçalves, diretor da Remov Demolidora, empresa responsável pela destruição do prédio.
De acordo com Jairo, após do fim dos trabalhos, o terreno não terá tapumes e apenas a cerca será refeita. A intenção é que a área tenha visibilidade ao público externo, para frear o ímpeto de possíveis invasores.
Definição do destino só deve sair após construção de casa prisional
Apesar de a permuta entre a Verdi e o governo estadual ter sido fechada há quase um ano, a construtora ainda não decidiu o que fará com o terreno. A diretora da empresa, Carla Deboni, explica que a definição só deve sair após a obtenção da propriedade definitiva da área, que depende da entrega da casa prisional ao Estado.
— Até agora não temos nenhuma definição do destino da área. A obra (no presídio) segue o cronograma e tem previsão de entrega até o final de outubro. Mas depois disso ainda há questões burocráticas para que o terreno passe para a construtora — diz Carla.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Aquiles Dal Molin Junior, o mais indicado é que a área seja destinada a um empreendimento do ramo comercial.
— O terreno está na esquina mais movimentada de Porto Alegre, por isso tem a vocação comercial. Qualquer empreendimento da área comercial colocado ali vai funcionar bem — projeta Dal Molin.
Além do ginásio — avaliado, à época, em R$ 41 milhões — a permuta pela construção do presídio incluiu seis salas e três boxes de garagem do Instituto de Previdência do Estado (IPE).