Cancelada por conta da chuva que atingiu Porto Alegre no último final de semana, a caminhada alusiva à Parada LGBT+ foi realizada neste domingo (7). A concentração dos participantes começou às 10h, no Parque da Redenção. O sol ajudou a diminuir um pouco a sensação de frio — a temperatura mínima registrada na Capital neste domingo foi de 2ºC.
Simpatizante da causa, a publicitária Jaqueline Marques, 33 anos, participou do evento na companhia de amigos.
— Tenho familiares homossexuais e ver eles felizes é o que importa. Precisamos ter a liberdade para ser o que quisermos e amar quem a gente quer — comentou.
Às 15h30min, os trios elétricos começaram o deslocamento em direção à orla do Guaíba, pela Avenida Loureiro da Silva. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e a Brigada Militar (BM) acompanharam o trajeto que durou cerca de duas horas.
Durante o caminho, músicas eram tocadas pelos três trios elétricos. No cruzamento com a Avenida Borges de Medeiros, a organização convocou um beijaço, organizado em protesto pelo respeito à liberdade sexual.
O cabeleireiro Paulo Santana, 51 anos, e o comerciante Nilson Viegas, 47, namoram há seis anos. Os dois já perderam as contas de quantas paradas participaram na Capital.
— A sociedade não pode parar no tempo. Ela não precisa aceitar e, sim, entender e respeitar todas as causas que estão representadas na nossa luta — declarou Nilson.
A organização do evento é integrada pelo Grupo Desobedeça LGBT, Projeto Conexão Diversidade da UFRGS e Aliança Nacional LGBTIQ+. A Prefeitura da Capital apoiou a Parada, no entanto, sem destinar recursos financeiros.
Realizada nos dias 28, 29 e 30 de junho, a Parada LGBT+ contou com debates, oficinas, palestras e rodas de conversa sobre o universo LGBT. Prevista para acontecer pela primeira vez no domingo (30), a caminhada da Redenção à orla foi cancelada por causa da forte chuva. O show da funkeira Valesca Popozuda, agendado para a data, foi realizado na orla normalmente.
A festa continuou na Orla do Guaíba, próximo à Usina do Gasômetro. No local, shows com drag queens e artistas locais movimentaram o público até as 19h - horário previsto para o término.
O coordenador da diversidade sexual na Diretoria de Direitos Humanos da prefeitura, Daniel Boeira, acredita que de 20 a 30 mil pessoas participaram do evento.
— A festa foi linda, com muita música, dança, diversidade e segurança para todos os participantes.
A Brigada Militar contabilizou 10 mil participantes.