A Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) apresentou na manhã desta segunda (1º) a órgãos reguladores, ao governador Eduardo Leite e prefeitos de 34 municípios o esboço do Plano de Gestão do Sistema Estadual de Transporte Coletivo Metropolitano de Passageiros.
O plano é uma prerrogativa para colocar na rua uma nova licitação do transporte público metropolitano, visto que as concessões das empresas que operam na região estão vencidas desde 2010.
A empresa paulista Logit foi contratada para elaborar esse novo plano. Os estudos iniciaram em julho de 2018 e devem ser concluídos em dezembro de 2019.
Segundo o governador, a licitação não atende apenas a um critério de regularização, já que existem processos contra o Estado exigindo o certame, mas também de qualificação da prestação de serviços.
— Precisamos ofertar um serviço que se relacione com os outros modais disponíveis, que possibilite às pessoas um menor tempo de deslocamento e uma qualidade maior. Queremos um transporte mais racional, eficiente e que melhore a vida dos usuários — disse Leite.
A empresa responsável pelo estudo afirma que o atual sistema de transporte metropolitano é ineficiente, tem custo elevado e com sobreposição de linhas. Nos últimos 10 anos, houve uma queda de quase 40% na demanda de passageiros.
O argumento exposto na nova proposta é de que a nova licitação deve prever um sistema mais racional e um planejamento integrado da operação e sistema tarifário levando em conta o transporte metropolitano, Trensurb e sistemas municipais. A previsão é que isso ocorra apenas no primeiro semestre de 2020.
Principais conclusões do estudo
- Dimensões do sistema: 900 linhas - mais de 2,5 mil serviços - com 9.240 partidas diárias
- 56 linhas (6%) são responsáveis por 50% do quilometragem mensal e 40% da demanda
- A rodagem média dos veículos é muito baixa (média de 2.184 km/mês), em sistemas equilibrados este valor é de 8 mil.
- No eixo sudeste é realizada mais de 40% da quilometragem mensal (277 das 900 linhas) e 46% da demanda (170 mil passageiros/dia)
- Menos de 10% das linhas pesquisadas apresentaram lotação acima de 75%, metade das viagens com menos de 40%
- Frequências: mais de 53% das linhas têm apenas uma partida por hora
- A extensão média das linhas é de 28,8 km, mas existem linhas com 90 km (que sai do município de Rolante).
- De 2008 até 2012, os índices de reajuste, de certa forma, acompanharam a inflação, porém, a partir de 2016, os reajustes foram superiores à inflação
- 86% dos passageiros utilizam o ônibus para se deslocar ao trabalho
- 52% usam o vale transporte como meio de pagamento
- As velocidades médias são adequadas nos eixos de acesso a Porto Alegre, porém registram quedas significativas quando se aproximam da área central
- Grande parte das chegadas das linhas do sistema se concentra nas manhãs