Os 110 funcionários do Hospital Beneficência Portuguesa, de Porto Alegre, estão com os salários atrasados desde março. De acordo com a Associação Beneficente São Miguel (ABSM), que assumiu a gestão da instituição em agosto do ano passado, apenas 10% dos vencimentos relativos a março foram depositados – ainda está em aberto a folha integral dos meses de abril e maio.
Conforme o diretor-executivo Ricardo Pigatto, a entidade busca alternativas para quitar os valores em aberto.
— Não há alterações aos pacientes. O atendimento segue normal — garante.
Além de particulares e planos de saúde, o Beneficência Portuguesa voltou a atender pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em fevereiro deste ano. Para retomar a contratualização com a prefeitura, os procedimentos e consultas realizados pelo hospital são descontados do valor da dívida com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
Conforme o presidente do SindiSaúde, Arlindo Ritter, o sindicato acompanhou a situação dos funcionários até a troca de gestão.
— Quem decidiu ficar, foi por conta e risco — afirma, ao frisar que a orientação é que o funcionário entre na Justiça para solicitar a demissão indireta.
Mesmo com as dificuldades, a São Miguel afirma que mantém os investimentos no Beneficência, com a reforma da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e outras alas do hospital. Na visão de Pigatto, só assim será possível retomar os atendimentos de alta complexidade e equilibrar o caixa da instituição.