Os funcionários do Hospital Beneficência Portuguesa, de Porto Alegre, estão com parte dos salários de dezembro e janeiro em atraso. A situação foi confirmada pela Associação Beneficente São Miguel (ABSM), que administra a instituição desde agosto do ano passado. A expectativa é que a folha salarial seja colocada em dia na primeira quinzena de março.
De acordo com o diretor-executivo do hospital, Ricardo Pigatto, o atraso está relacionado aos repasses que não foram feitos pelo IPE-Saúde à instituição por atendimentos a servidores do Estado.
— Temos R$ 706 mil de faturamento parados no IPE. Caso fosse pago em dia, não teríamos esse atraso nos salários — garante.
Para driblar a situação, Pigatto antecipa que a ABSM buscará recursos privados para colocar em dia os salários.
— Além disso, temos uma reunião no IPE nesta terça-feira (26) para entendermos o que está acontecendo — destaca.
Segundo o IPE, mesmo que fosse pago em dia, a maior parte do valor é destinada à Justiça do Trabalho. Isso porque, para assumir o Beneficência, a nova administração fez acordo com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) sobre o passivo trabalhista herdado da antiga gestora do hospital. Por isso, cerca de R$ 100 mil do faturamento mensal é “sequestrado” pela Justiça do Trabalho.
Mesmo com o impasse, a ABSM segue investindo na infraestrutura do Beneficência Portuguesa, com o objetivo de aumentar a capacidade de atendimentos.
— Com isso, queremos elevar o número de pacientes, procedimentos e, por consequência, de recursos captados pelo hospital — observa Pigatto.
Na próxima semana, será inaugurado o bloco cirúrgico ambulatorial para procedimentos de média e baixa complexidade. Além disso, todo um andar está em reforma. A cozinha, que foi interditada pela Vigilância em Saúde, também está em reforma.
— São cerca de R$ 2 milhões de investimento próprio só em obras — destaca.