Segundo previsão da Carris, 87 novos ônibus devem estar rodando pela Capital no segundo semestre. Os carros vão substituir veículos que estavam com a vida útil acima da permitida por lei municipal, que era de 12 anos.
Na semana passada, a prefeitura publicou um decreto regulamentando a transição e renovação das frotas da cidade. Agora, os carros comuns – aqueles não articulados e movidos a diesel – com mais de 12 anos poderão rodar até o dia 31 de dezembro de 2020, ou até completarem 14 anos de vida útil, o que ocorrer primeiro.
Mesmo assim, a Carris decidiu seguir com o plano de renovação, que foi divulgado depois de matérias publicadas por GaúchaZH durante o mês de março. As reportagens mostraram que mais de 80 ônibus da empresa estavam rodando com idade acima da permitida. Na época, o decreto de transição ainda não existia. Agora, estes ônibus não estão mais “vencidos”.
A aquisição dos novos carros vai de encontro aos planos da companhia pública de melhorar as contas e diminuir o déficit, que chegou aos R$ 74,2 milhões em 2016. No resultado preliminar do exercício de 2018 foi de R$ 19 milhões negativos, redução de R$ 55,2 milhões em relação aos resultados de 2016. Para 2019, a diretriz é zerar o déficit. César Griguc, diretor administrativo-financeiro da Carris, aponta como os novos ônibus vão contribuir para a saúde financeira da companhia:
– Carros novos exigem muito menos manutenção. Somente nisso já teremos um boa economia. Os carros antigos que sairão de circulação serão vendidos, também gerando receita. E, claro, com ônibus novos rodando, esperamos que os usuários utilizem mais os veículos.
Carros novos exigem muito menos manutenção. Somente nisso já teremos um boa economia.
CÉSAR GRIGUC
Diretor administrativo-financeiro da Carris
A compra dos veículos foi organizada através de dois pregões eletrônicos, um para compra das carrocerias e outro para aquisição dos chassis. Os lançamentos foram feitos separadamente para permitir uma maior concorrência entre as marcas, possibilitando à companhia a aquisição com valor final mais atrativo.
Os chassis serão fabricados pela divisão de ônibus e caminhões da Volkswagen com valor unitário de R$ 270 mil. Já as carrocerias serão fabricadas pela Neobus, que pertence à Marcopolo, pelo valor de R$ 199,5 mil cada. As propostas das empresas foram selecionadas pelo critério de menor valor.
– Agora estamos buscando financiamento junto a instituições financeiras, processo que deve ser concluído até maio. Depois, as empresas seguem seus prazos para fabricação dos chassis e das carrocerias. Os ônibus devem chegar e estar operando durante o segundo semestre – promete César.
Com a compra, a empresa passará a ter aproximadamente 80% da frota com ar condicionado e 86% com acessibilidade. Atualmente, a empresa pública conta com uma frota de 347 veículos. Destes, 70% têm acessibilidade e 60% são dotados de ar-condicionado.
Por dia, a companhia faz 2,9 mil viagens, transportando 155 mil passageiros.