O badalar dos sinos em um horário incomum, na madrugada desta quinta-feira (9), chamou atenção da cidade para um dos endereços mais destacados da Igreja no Rio Grande do Sul: a Catedral Metropolitana, no centro de Porto Alegre. Ao tocar por um minuto e 40 segundos, o som acordou vizinhos da construção histórica em frente à Praça da Matriz e gerou especulações, muitas delas divertidas.
— O pessoal colocou nas redes sociais que o Corcunda de Notre-Dame apareceu por aqui — divertiu-se o pároco da Capital, Rogério Flôres, em entrevista ao programa Timeline.
Mas o padre, em seguida, esclareceu o real motivo: após uma queda, a energia elétrica foi restabelecida, o que acabou acionando o equipamento programado para tocar diariamente ao meio-dia e às 18h15min — 10 e 15 minutos antes das missas. Apenas aos domingos e em celebrações especiais, o sino é tocado manualmente.
No começo da manhã, começaram a chegar ao pároco mensagens pelo WhatsApp de pessoas que buscavam a explicação. Flores comunicou o ocorrido ao arcebispo Jaime Spengler, que está em Aparecida (SP), e uma nota foi divulgada relatando a queda de energia elétrica.
— Não tem fantasma, não tem corcunda, não tem nada — acrescentou.
Ao fim da descontraída entrevista à Rádio Gaúcha, o pároco disse em tom sério:
— Deus tem seus sinais. Como em Notre-Dame: será que aquele incêndio não chamou mais atenção para toda uma sociedade secularizada? Há sinais que têm de ser lidos, têm de ser interpretados.