A política de buscar parcerias com a iniciativa privada para manter e explorar áreas de parques e praças não se resume a Porto Alegre, onde um projeto da prefeitura já começou a ser votado pela Câmara Municipal. Outras capitais brasileiras, como São Paulo, estão implementando iniciativas semelhantes — também sob alvo de críticas de quem teme a possibilidade de restrição de acesso da população.
Na capital paulista, a prefeitura já concluiu a licitação do famoso Parque Ibirapuera e de outras cinco áreas verdes. A concorrência foi vencida pela construtora Construcap mediante a oferta de uma outorga de R$ 70,5 milhões. A proposta de concessão dos parques havia sido anunciada pelo ex-prefeito João Doria (PSDB), eleito em 2016, e despertou polêmica semelhante à de Porto Alegre. Agora sob gestão de Bruno Covas (PSDB), a prefeitura ainda precisa analisar a documentação da Construcap — uma das empresas envolvidas nas investigações da Lava-Jato.
Depois da assinatura do contrato, nos próximos meses, a construtora ficaria responsável pela gestão dos parques por 35 anos. Ao longo desse período, deverá pagar um valor estimado em R$ 82,5 milhões de outorga variável e investir pelo menos R$ 167 milhões.
O Instituto Semeia, com sede em São Paulo, que promove a articulação entre os setores público e privado para implementar novos modelos de gestão em áreas verdes, ajuda algumas prefeituras e Estados a elaborar suas novas políticas de concessão. Já firmou parcerias como prefeituras como as de Porto Alegre e de São Paulo, além de Estados como Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais.