Vinte e dois cachorros e 10 pássaros silvestres foram apreendidos em uma casa em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os animais eram mantidos em um ambiente insalubre, cercados de fezes e urina, e sem qualquer registro de controle de vacinação e verminoses ou documentação de origem. Cinco objetos semelhantes a relhos, fabricados artesanalmente com madeira e borracha, também foram encontrados nesta quinta-feira (31). A suspeita é de que eles seriam utilizados para agredir os cães.
– Era um verdadeiro canil de horrores, em que provavelmente o lucro era obtido mediante o sofrimento dos animais – afirma o delegado Mário Souza, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, que comandou a operação.
Alguns dos cachorros apreendidos são de raças valorizadas, como yorkshire, chihuahua, pug, spitz alemão (lulu da pomerânia), poodle e shih tzu. A suspeita da Polícia Civil é de que o local era utilizado como criadouro clandestino, em que os animais eram acomodados antes da comercialização. Os cães e os pássaros foram encaminhados para centros de apoio e para o MiniZoo de Canoas.
De acordo com Souza, os cachorros foram encontrados magros e assustados, em um local sem a infraestrutura mínima adequada para abrigá-los. Uma mulher foi identificada como responsável pelo canil clandestino, mas seu nome não foi divulgado. Ela foi autuada e deve responder a um inquérito com base na Lei de Crimes Ambientais. Conforme Souza, a investigação deve apurar se há outras pessoas envolvidas e quais os possíveis destinos dos animais apreendidos.
A apreensão marcou a primeira fase da Operação Arca, uma ação permanente da Polícia Civil criada para combater os crimes contra animais implementada nos municípios de Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, Eldorado do Sul, Guaíba e Nova Santa Rita.
Denúncias sore casos de maus tratos nesses municípios podem ser registrada presencialmente, na 4ª Delegacia de Polícia de Canoas, pelos telefones (51) 3472 2645 ou 3525 9063. A Polícia Civil garante sigilo aos denunciantes.