A falta de luz não atinge apenas a área central, mas também rodovias federais em Porto Alegre. A BR-290, ao menos em dois trechos da freeway, também está às escuras, próximo à Arena e na alça de acesso à Ponte do Guaíba. Na BR-448 (Rodovia do Parque), o cenário se repete.
Nas estradas que ligam a Capital ao Vale do Sinos e ao Litoral Norte existe ainda outro tipo de problema recorrente: o furto dos cabos. Substituto da Delegacia de Repressão aos Crimes contra Concessionários e Delegatários de Serviços Públicos, o delegado Marcus Vinicius da Silva Viafore afirma que há operações específicas para combater a ação dos criminosos:
– Tentamos identificar as pessoas. Asfixiar os receptadores, realizando semanalmente vistorias em ferros-velhos, buscando os fios e prendendo essas pessoas até chegar na origem.
Até hoje, 39 foram presos pela Polícia Civil em 262 locais que revendiam os materiais furtados. O delegado estima que cada quilo de fio de cobre roubado seja vendido por R$ 17.
– Com esse dinheiro, os usuários de drogas que subtraem os fios de luz e cabos de telefonia conseguem comprar entorpecentes para manter os vícios – analisa.
Procurada, a Secretaria de Serviços Urbanos afirmou que os casos relatados serão analisados pelos técnicos da Coordenadoria de Iluminação Pública para determinar se o problema é de atribuição do município.
Levantamento da CEEE aponta que, de 2017 para 2018, o número de casos de falta de energia em razão de furto de cabos mais do que dobrou: de 954 para 2.572. Estratégia adotada pela companhia foi substituir em alguns locais os cabos de cobre por cabos isolados de alumínio, que têm valor de revenda mais baixo.
Ocorrências de falta de energia em razão de furto de fios*
- 2014: 52
- 2015: 72
- 2016: 123
- 2017: 954
- 2018: 2.572
*Fonte: CEEE