O número de casos de aparecimento do escorpião amarelo em Porto Alegre em 2018 já é mais de cinco vezes superior do que em todo o ano passado. Segundo dados da Vigilância em Saúde, o animal foi encontrado 79 vezes neste ano, contra 15 em 2017 e 14 em 2016.
Somente neste ano, 168 pessoas telefonaram para o número 156 informando sobre o aparecimento do escorpião amarelo. Os bairros onde o animal mais foi visto foram o Centro Histórico e Anchieta, especificamente na área da Ceasa. Na última sexta-feira (26), sete escorpiões amarelos foram encontrados no local e, por isso, a Ceasa mantém contrato com uma empresa que faz o controle de pragas, a Imunizadora Renck Ltda.
A bióloga Fabiana Ninov, da coordenadoria geral da Vigilância em Saúde, afirma que o aumento no número de casos em 2018 se deve a dois motivos: maior atenção por parte da população e facilidade na reprodução do animal:
— As pessoas estão prestando mais a atenção, que é o que a gente quer. O maior aparecimento do animal, no entanto, é esperado, porque ele se multiplica muito rapidamente. O que queremos é que não haja acidentes, e neste ponto o aspecto é positivo, porque houve apenas um, sem gravidade. Não temos como eliminar o animal, mas queremos que as pessoas aprendam a reconhecê-lo — explica.
Em 2018 houve um registro de acidente (picada) envolvendo o escorpião amarelo em Porto Alegre. Em 2017, foram informados cinco acidentes, contra três em 2016. Nenhum caso de morte foi registrado.
Segundo a Vigilância em Saúde, as crianças são as mais vulneráveis à picada do animal, que é venenosa e pode, inclusive, levar à morte. Por isso, o setor iniciou, em setembro, a campanha “Nenhuma criança mostra por escorpionismo em Porto Alegre”. Cerca de 500, de um total de 1,2 mil escolas de Educação Infantil, já foram visitadas pelos agentes. Além disso, uma história intitulada “João e o escorpião” será entregue nas instituições – o material já está disponível em um site que reúne informações sobre o escorpião amarelo.
— As crianças são as mais impactadas e vulneráveis, e por isso este foco nelas. Elas precisam aprender a reconhecer para se defenderem também — diz a especialista.
O que fazer ao deparar com o escorpião-amarelo
O escorpião-amarelo não salta nem enxerga, apenas reage ao toque - por isso, se for visualizado, a orientação é que a pessoa tente matá-lo, sempre com segurança e, de preferência, cortando o animal para garantir que esteja morto, já que ele pode ficar imóvel por horas, aparentando que está morto. Inseticidas não são eficientes no combate - apenas empresas especializadas no controle de pragas fazem este trabalho.
Além de ter sido criado um site e a possibilidade de os moradores relatarem o aparecimento pelo telefone 156, a Vigilância capacitou cerca de cem agentes de combates a endemias, que ficam nas unidades de saúde e podem ir até as residências em caso de acidentes. Conforme a Vigilância, todos os enfermeiros dos postos de saúde estão capacitados para fazer atendimento em caso de picadas.
O que fazer em caso de picada
Procurar imediatamente o Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre (Av. Osvaldo Aranha, 1234), único local onde há o soro antiescorpiônico, segundo a Vigilância em Saúde. Os enfermeiros dos postos de saúde também estão orientados a fazer o encaminhamento e reconhecer os casos. Depois do atendimento, o acidente deve ser comunicado à prefeitura pelo telefone 156.
O que fazer ao avistar o animal
Ligar para o número 156 e discar a opção 6, da Vigilância em Saúde. A pessoa deve fornecer nome, telefone e endereço. A orientação é que se tente matar o animal com segurança, usando um calçado fechado e, de preferência, cortando o animal. Se possível, o morador também deve fotografá-lo para comunicar o caso à Vigilância em Saúde.