Dez escorpiões-amarelos foram encontrados em agência do Banrisul junto à Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa), no bairro Anchieta, zona norte de Porto Alegre. Eles foram retirados do local durante vistoria da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde nesta quinta-feira (27). A infestação foi caracterizada "com perigo iminente a funcionários e clientes", conforme a bióloga Fabiana Ninov, técnica responsável pela ação.
A vistoria foi motivada por solicitação no Fala Porto Alegre — Fone 156, da prefeitura. Durante o trabalho, a equipe de fiscalização ambiental também orientou o público a manter sempre os ambientes limpos, eliminando entulhos, baratas e lixo para evitar infestações.
Em Porto Alegre, a primeira visualização de escorpião-amarelo foi registrada em 2001, justamente na Ceasa, considerada porta de entrada para o animal na cidade, a partir de caminhões com hortifrutigranjeiros vindos da região sudeste do país. De lá pra cá, os escorpiões-amarelos adaptaram-se, sendo já considerados animais domiciliados.
A bióloga explica que o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) é uma espécie que se reproduz por partenogênese. Só existem fêmeas, e todo indivíduo adulto pode parir sem a necessidade de acasalamento, fenômeno que facilita sua dispersão.
— Cada fêmea pode ter 160 filhotes ao longo da vida, com, em média, dois partos por ano, cada um com aproximadamente 20 filhotes — informa Fabiana.
O escorpião-amarelo costuma se movimentar mais à noite, atrás de alimentos. Sua principal alimentação são as baratas. Em caso de visualização do animal, o procedimento indicado é ligar para o fone 156, informando um número de telefone de contato. Não é indicado capturar o escorpião nem utilizar inseticidas — eles não matam o animal e podem torná-lo mais perigoso. Em caso de picadas, a indicação é levar a vítima o mais rápido possível ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre, onde há profissionais capacitados para o atendimento e aplicação do soro antiescorpiônico.