Em assembleia realizada nesta quarta-feira (8), os servidores municipais de Porto Alegre decidiram manter a greve iniciada em 31 de julho. Nova assembleia será realizada na próxima terça-feira (14), às 14h.
A decisão do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) ocorre no dia seguinte a manifestação no Paço Municipal. Mais de duzentos municipários ocuparam o Salão Nobre e outras dependências da prefeitura por cerca de 10 horas exigindo uma reunião com o prefeito Nelson Marchezan, o que não aconteceu. Uma faixa com os dizeres "Fora Marchezan" foi extendida na fachada do prédio. Após três encontros com a Brigada Militar e uma decisão judicial, os manifestantes deixaram o prédio espontaneamente.
— Continuamos buscando o diálogo com o prefeito. Lamentamos ele não ter cumprido o seu dever de ofício, designando um oficial da Brigada Militar (coronel Jefferson Jacques) para uma negociação política — declarou Alberto Terres, diretor-geral do Simpa.
O sindicato fará uma caminhada nesta quinta-feira (9), às 9h, da Secretaria Municipal de Saúde até o Hospital de Pronto-Socorro. Na segunda-feira (13), haverá convocações nos locais de trabalho dos servidores. De acordo com o Simpa, desde terça uma decisão do desembargador Francesco Conti assegura que os grevistas não tenham o ponto cortado, desde que mantenham 50% dos atendimentos em serviços essenciais e 30% nos demais.
Na terça-feira, o governo municipal emitiu nota sobre o episódio, em que dizia considerar "a invasão um ato autoritário e um desrespeito flagrante à população de Porto Alegre." Segundo o texto, "a prefeitura sempre esteve aberta ao diálogo com os servidores municipais. Todavia, ações como esta tiram a legitimidade de um sindicato que é conhecido por atos de baderna." A nota ainda classificou a ação do Simpa de ter "base em interesses políticos, ideológicos e particulares."
A principal reivindicação do Simpa é a reposição inflacionária dos últimos dois anos, além de recomposição das perdas salariais. Segundo a categoria, o achatamento dos vencimentos chega a 14%. Os municipários também protestam contra o parcelamento de salários e contra a tramitação de projetos de reestruturação administrativa, que incluem um novo regime de previdência complementar (já aprovado) e alterações em questões como a licença prêmio dos servidores.