A prefeitura de Porto Alegre divulgou, no início da tarde desta terça-feira (7), uma nota criticando a invasão do Paço Municipal por servidores em greve, ocorrida pela manhã. No texto, a ação dos municipários é definida como um "ato de truculência" e "desrespeito flagrante à população".
Por volta das 11h, municipários ocuparam o Salão Nobre da prefeitura. O grupo pede negociação salarial e reclama falta de diálogo com Nelson Marchezan. Pelo menos 200 pessoas estariam no local. Conforme Alberto Terres, diretor-geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), os manifestantes só irão sair do prédio depois de realizar uma mesa de negociação com o prefeito ou um representante da prefeitura.
Marchezan pediu, no final da manhã, a presença da Brigada Militar. Em ofício ao secretário estadual da Segurança Pública, Cezar Schirmer, o chefe do Executivo solicita "detenção, identificação e desocupação".
Confira o texto da prefeitura na íntegra
"Em mais um ato de truculência, a direção do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), acompanhada por manifestantes em greve ligados à entidade, invadiram na manhã desta terça-feira, 7, as dependências do Paço Municipal. A ação ocorreu às 11h, pela porta principal, na Praça Montevideo, que estava aberta para o atendimento ao público, com monitoramento da Guarda Municipal.
Uma vez nas dependências da prefeitura, o grupo dirigiu-se ao segundo andar, forçando as portas dos gabinetes do prefeito e do vice-prefeito. O prefeito Nelson Marchezan Júnior estava em agenda externa, enquanto o vice-prefeito, Gustavo Paim, ficou fechado em seu gabinete, durante a invasão. Com utilização de mesas como barricadas, os servidores conseguiram evitar o acesso às salas. Os manifestantes concentraram-se nas escadarias e no Salão Nobre.
Tão logo ocorreu a invasão, a Guarda Municipal acionou a Brigada Militar (BM) solicitando reforço no esquema de segurança que funcionava desde a manhã em virtude da manifestação dos municipários. O comando da BM pediu um ofício do prefeito solicitando a ação da corporação. O documento foi enviado imediatamente e a ação autorizada pelo secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer.
O governo municipal considera a invasão um ato autoritário e um desrespeito flagrante à população de Porto Alegre. A prefeitura sempre esteve aberta ao diálogo com os servidores municipais. Todavia, ações como esta tiram a legitimidade de um sindicato que é conhecido por atos de baderna. A direção do Simpa — composta por militantes partidários — atua com base em interesses políticos, ideológicos e particulares. Pregam o caos, desrespeitam o patrimônio público e agem contra a maioria dos servidores.
Esperamos que a Brigada Militar identifique os invasores do Paço Municipal e desocupe o local, preservando a segurança de todas as pessoas."