A restauração na estátua do Laçador irá custar R$ 750 mil. Após uma vistoria realizada em março do ano passado, o restaurador francês Antoine Amarger identificou a presença de fissuras, problemas estruturais, água, vegetais e insetos no monumento.
A obra será retirada do seu sítio, em uma operação considerada delicada. Ela ficará em um pavilhão especial que contará até com vigilância para impedir a ação de vândalos. A operação completa, que envolve retirada, restauração e conclusão, deve durar 12 meses.
- Teremos que encontrar um local adequado (para a restauração). Vai ter que ter segurança 24 horas por dia. Ele será levado para este local e serão feitos os trabalhos necessários e depois (ele será) devolvido. E tudo isso é uma parte extremamente delicada - avalia o engenheiro Zalmir Chwartzmann, vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sindusco-RS).
Quando o serviço for concluído, o monumento ganhará as ruas novamente. Porém, ainda não é possível dizer para onde ele irá. Enquanto o local não for definido, a restauração não pode ser iniciada.
De acordo com Chwartzmann, o atual valor foi definido levando em consideração que o monumento permaneça onde está. Se for aprovada a alteração de endereço, os custos para a implantação de um novo sítio deverão compor este orçamento.
No início deste ano, ganhou força a ideia de não só fazer a remoção e a restauração como também mudar a estátua definitivamente de lugar. O sítio do Laçador foi construído há 11 anos. A estátua ficava antes na avenida Farrapos com avenida Ceará e precisou ser transferida quando o viaduto Leonel Brizola foi construído. Na época, o local foi definido com a intenção de evitar uma mudança radical na sua localização.
Apesar de a troca ter ganhado apoios como o do Movimento Tradicionalista Gaúcho e do coordenador da Memória Cultural do município, Eduardo Hahn, responsável pelo patrimônio da Capital, a Secretaria Municipal da Cultura informa que a mudança do Laçador ainda não foi solicitada formalmente. Se isso ocorrer, as equipes envolvidas irão avaliar o caso.
"Como não houve nenhum pedido formal da comunidade ou de instituições competentes, não foi ainda emitido parecer técnico sobre o assunto. Caso haja, a ideia será analisada nas secretarias e fóruns competentes para tal decisão", diz nota enviada na sexta-feira (3) pela secretaria.
O parecer inicial, porém, é de que a estátua deve ficar onde está. O assunto da transferência foi discutido dentro da Comissão Técnica Permanente de Avaliação de Projetos de Obras de Arte, Monumentos e Marcos Comemorativos (Comarp). Inicialmente, a comissão se manifestou favorável a permanência do Laçador em seu sítio.
- Ele está no local para dar boas vindas para quem entra na cidade, e a gente vê aquele local como o lugar dele - diz a arquiteta da coordenação da Memória Cultural, Manuela Costa.
A restauração do Laçador faz parte de um projeto chamado Construção Cultural, realizado desde 2014, por meio de parcerias firmadas entre a prefeitura de Porto Alegre, a Associação Sul Riograndense de Construção Civil e o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, além de verbas do programa Pró-Cultura da Lei de Incentivo à Cultura. O projeto já atuou nas intervenções de 32 monumentos na Redenção.