Desde a madrugada desta terça (13), andar de ônibus já custa 6,17% mais caro. A tarifa de R$ 4,30 para o transporte coletivo foi aprovada — em sessão tumultuada — na última sexta-feira (9) pelo Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu), e sancionada pelo prefeito Nelson Marchezan. As lotações também subiram, para R$ 6,05.
Com o reajuste, a passagem de ônibus de Porto Alegre se tornou a mais cara entre as 10 maiores capitais brasileiras. A explicação, segundo prefeitura e empresas de ônibus, é que a tarifa porto-alegrense tem excesso de isenções e gratuidades, que chegam a 36%.
— A tarifa seria R$ 2,90 se existisse um subsídio ou uma fonte de renda para pagar as passagens de isentos. São Paulo tem uma quantidade de isentos elevada, mas (as gratuidades) são pagas pela prefeitura, não pelo usuário — disse o diretor-executivo da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP), Gustavo Simionovschi.
O reajuste seria ainda maior caso o Comtu não tivesse aprovado o fim da segunda passagem gratuita para a maior parte dos passageiros, um pedido da prefeitura ainda do ano passado, que havia sido barrado na Justiça. Se a gratuidade para quem pega um segundo ônibus em menos de meia hora se mantivesse, a EPTC havia sugerido que a tarifa fosse de R$ 4,50. Dos 21 conselheiros no Comtu, só quatro votaram contra o reajuste: os representantes da Brigada Militar, CUT, Fetapergs e da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Porto Alegre (Umespa).
—A gente acha que o valor de R$ 4,05 já é injusto pela qualidade do transporte público de Porto Alegre. Mas também porque a proposta aprovada está acima da inflação. Achamos que isso é um roubo — disse a presidente Umespa, Vitória da Silva Cabreira.