Um novo caso de leishmaniose visceral humana (LVH) foi registrado em Porto Alegre na última quinta-feira (28). A notificação da suspeita foi feita no mesmo dia e, em menos de duas horas, o diagnóstico foi confirmado. O homem contaminado já havia sido atendido em 14 de dezembro, em uma Unidade de Pronto Atendimento, com quadro compatível com dengue. Agora, está internado na Santa Casa em quadro estável, recebendo medicação.
Conforme o diretor da Coordenação Geral de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Anderson Araújo de Lima, a rapidez na identificação do problema pode garante maior eficácia do tratamento.
— O diagnóstico é muito complexo. Se a equipe médica não tem informações, o problema pode ser confundido com leucemia, por exemplo. Leishmaniose é uma das últimas coisas que o médico vai investigar — afirma.
Desde o final de 2016, a doença passou a ser diagnosticada em pessoas na Capital: quatro delas morreram e uma conseguiu se curar. Até então, havia apenas casos de contaminação em cães.
— É considerada uma doença negligenciada, que atinge pessoas vulneráveis. Se o diagnostico não for precoce, a mortalidade é bastante alta — explica Lima.
Os mosquitos transmissores da doença são encontrados em espaços silvestres. Habitam, na Capital, a região do Morro Santana e Morro da Polícia, na Zona Leste. A população do local fica bastante vulnerável, segundo Lima. Ao longo do ano, palestras foram realizadas junto a lideranças locais e, em dezembro, a prefeitura da Capital instalou placas alertando sobre o risco da doença.
— Fizemos uma série de ações desde 2016 para que conseguíssemos identificar rápido o problema e para que o paciente fizesse o tratamento logo. Nesses locais, moram de 15 a 20 famílias, mas é uma população é andarilha. O ideal seria que as pessoas não morassem ali, mas isso não compete à Secretaria da Saúde. Trabalhamos para que se previnam, que usem o repelente — acrescenta.
Lima diz que o uso de repelente e roupas de manga comprida são indicados para trilhas nos morros. Ao sentirem os sintomas, como febre e rápido emagrecimento, as pessoas devem avisar o médico que estiveram naquela região, orienta o diretor da Coordenação Geral de Vigilância em Saúde.