Passageiros que dependem do transporte intermunicipal na região metropolitana de Porto Alegre foram pegos de surpresa na manhã desta segunda-feira (16) com a paralisação dos rodoviários. Os trabalhadores decidiram parar as operações para reivindicar reajuste salarial que, de acordo com o Sindicato dos Rodoviários de Guaíba e Região, deveria ter ocorrido em junho de 2024.
A paralisação impactou cerca de cem mil pessoas, segundo a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), que alega estar assegurando o reajuste por meio de auxílios, para não passar todo o aumento tarifário aos usuários. O superintendente do órgão, Francisco Hörbe, diz que o governo do Estado aguarda repasse de recurso orçamentário para que o pagamento sejam continuados.
Moradores de Viamão, Alvorada, Cachoeirinha, Eldorado do Sul, Canoas, Gravataí, Guaíba e Camaquã, que faz parte do sindicato, apesar de não ser na Região Metropolitana, tiveram dificuldade de se locomover nesta manhã.
Em entrevista para a Rádio Gaúcha, o assessor jurídico do sindicato, João Batista Wolff Gonçalves Oliveira, afirmou que o movimento não foi uma greve, apenas um manifesto, e que o transporte foi liberado às 8h.
A seguir, veja o que se sabe até o momento sobre o impasse que levou à paralisação, e o que dizem os envolvidos.
O que pedem os trabalhadores
- A categoria alega que o reajuste salarial previsto para junho ainda não foi pago;
- O reajuste convencionado na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), de acordo com o assessor jurídico do Sindicato dos Rodoviários de Guaíba e Região, João Batista Wolff Gonçalves Oliveira, é de 3,34%:
— Nós queremos este reajuste e estes valores retroativos. - O sindicato não descarta novas paralisações caso não cheguem a um acordo.
O que diz o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Guaíba:
"Motivo da paralisação dos rodoviários:
Falta de reajuste salarial, desde junho de 2024, data base da categoria. Jogo de empurra e empurra entre seguimento patronal e governo do estado faz com que trabalhadores fiquem sem ser atendidos nas questões salariais".
O que dizem as empresas
- Em nota, o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul (Setergs) informou que não foi comunicado a respeito da paralisação;
- Eles alegam que sempre estiveram abertos para o diálogo com os trabalhadores;
- Além disso, reforçam que uma reunião de mediação já estava agendada para a próxima quinta-feira (19), no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4). Devido ao manifesto, a reunião foi antecipada para o final da tarde desta segunda-feira (16).
Veja a íntegra da nota do Stergs:
"O Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul (Setergs) informa que não foi comunicado a respeito da paralisação de segunda-feira e reforça que está, como sempre esteve, aberto ao diálogo.
Tanto é assim que já está agendada reunião de mediação no dia 19/12, no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), podendo ser antecipada".
O que diz o governo
- Em entrevista para a Rádio Gaúcha, o superintendente da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), Francisco Hörbe, afirmou que o governo do Estado tem assegurado o reajuste através de auxílios, para não passar todo o aumento tarifário aos usuários.
- — Assim que a solicitação do recurso orçamentário for repassado à Metroplan, os pagamentos e os processos vão ser continuados até o final do ano — estimou o superintendente.