Com a tarefa de agir em questões de visibilidade direta na cidade, o secretário diz que a falta de recursos exige priorizar os problemas de maior impacto. A Secretaria de Serviços Urbanos (Surb) acumula 26,9 mil solicitações de serviço não atendidas nos últimos quatro anos - 22,6 mil só deste ano, segundo números até 26 de outubro. Confira trechos da entrevista.
Como resolver tantas demandas pendentes de atendimento em serviços tão diversos?
Temos uma questão estrutural da cidade, de muito tempo, com déficit de serviços. O Departamento de Conservação do DEP ficou sem serviços terceirizados por um período, o que causou acúmulo de serviço. E há nossa deficiência, nossa incapacidade de fazer uma contratação maior para prestação de serviços, com maior número de equipes. Por isso, temos buscado atuar nessa parte da inteligência, com aprimoramento do uso das ferramentas.
O objetivo é fazer serviços focados, já que não é possível atender tudo?
É atuar no que impacta na cidade como um todo. Já que temos quantidade menor de equipes para o serviço de manutenção corretiva de redes, seria desperdício de recursos se a gente atendesse chamadas do 156 pela ordem de chegada. Tem que atuar com inteligência nos pontos tradicionais de alagamento, onde a água invade os comércios, as casas das pessoas ou prejudica fluxo em grandes avenidas. Temos pedido que as equipes atuem de forma preventiva nessas regiões, que atuem em pontos mais necessitados da cidade.
Segundo informações da Smams, há mais de 10 mil pedidos de intervenções em árvores na espera. Quantas equipes fazem esse trabalho hoje?
Desde 2014, são sete equipes com servidores do quadro. Fazem trabalho intenso, atuam em emergências, temporais. E estamos encaminhando licitação para o próximo para contratação de 14 equipes terceirizadas. O vereador Moisés Barboza protocolou projeto de lei que flexibiliza ao particular a possibilidade de fazer poda e supressões, inclusive na via pública. É como a PPP do Dmae, a importância de que se tenha a possibilidade de um consórcio assumir também grandes investimentos necessários nessa área, inclusive, de esgoto misto. É uma pauta que a cidade tem que discutir. É o recurso privado em benefício do interesse público.
A prefeitura sozinha não vai conseguir colocar todos esses serviços em dia?
Não. Nós precisamos da iniciativa privada, e essa questão da PPP do Dmae é emblemática.
O atendimento do 156 tem deficiências? As pessoas ligam sobre um mesmo problema e recebem diversas explicações diferentes. O cidadão fica 48 horas sem água e sem informação.
Há como melhorar. Eu mesmo peço muito que tenha qualificação cada vez mais da comunicação junto aos atendentes do call center, pois as pessoas ligam para saber o que está acontecendo. Tivemos recentemente a paralisação que o Simpa fez no transbordo da Lomba do Pinheiro. As pessoas ligavam para reclamar que o recolhimento do lixo não havia sido feito, e o atendente não deu a informação de que havia um bloqueio na frente do transbordo. Se colocasse isso para a pessoa, já distensionaria a relação. Por isso, é importante ter essa qualificação.