Inaugurado oficialmente em agosto, o bar Agulha é o novo ponto de encontro da noite da Capital. Instalado em um galpão, o lugar surgiu de um inquietação, afirma Fernando Titton, 28 anos, um dos sócios.
— Temos um outro bar, na Vasco da Gama. Desde que o Sartori anunciou o fim da TVE e da FM Cultura, nossos amigos músicos começaram a falar que iriam perder espaço para divulgação de seus trabalhos. Começamos a visitar o 4º Distrito e procuramos diversos imóveis. Até que um cliente da Vasco ouviu uma conversa e nos avisou de um lugar. Adoramos o local — relata.
Segundo Titton, Porto Alegre precisa de lugares para as pessoas socializarem. Com o tempo, Cidade Baixa, Padre Chagas e Zona Sul se tornaram nichos frequentados por gente que pouco se relacionava. A opção pelo 4º Distrito visa a evitar um rótulo.
— Buscamos um campo neutro para não estigmatizar. Agulha é para furar essas bolhas e costurar esses grupos — explica Titton.
Segundo o empreendedor, a ideia de que os imóveis na região são baratos está equivocada. Titton garante que deparou com preços inflacionados, o que freia o surgimento de novos negócios. O pavilhão em que se instalou foi alugado diretamente com o proprietário.
Recém chegado, o Agulha começa a se inserir na comunidade empreendedora do 4º Distrito. Titton argumenta que existe bastante troca de informações e ideias entre os novos empresários locais, especialmente para cooperação em eventos conjuntos, segurança e lançamento de novos produtos. Para o futuro, a ideia é se beneficiar do fato de a Rua Conselheiro Camargo, no bairro São Geraldo, ser sem saída:
— Temos um projeto de melhorar a via com mobiliário. Temos essa utopia de um local para a cidade. A segurança em Porto Alegre vai voltar com a ocupação das ruas.