A assinatura da ordem de reinício das obras do Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), na Restinga, na manhã desta sexta-feira, foi marcada por um barulhento protesto de municipários contra o prefeito Nelson Marchezan. Os manifestantes, em greve desde 5 de outubro, valeram-se de buzinas e de palavras de ordem como "Fora Marchezan" para atrair a atenção do prefeito, chamando-o também de turista, em razão da viagem que ele fará neste mês para a Europa em busca de investimentos. Marchezan respondeu ao microfone:
— Todos os senhores que estão aqui estão cometendo uma infração funcional. Estou pedindo que vocês se retirem daqui para fazermos um ato público. Todos os senhores estão tendo suas imagens registradas, vão sofrer as consequências da lei.
A Guarda Municipal e a Brigada Militar foram chamadas, ficando entre as autoridades e os manifestantes. Houve momentos de confusão, e spray de pimenta foi utilizado.
Relatando que os manifestantes estão acompanhando a agenda do prefeito, um dos diretores gerais do Sindicato dos Municipários (Simpa), Jonas Reis, destacou:
— Ele ofendeu os manifestantes, atacou os servidores.
GaúchaZH solicitou à assessoria de comunicação a posição do prefeito sobre o ocorrido, que respondeu com nota, afirmando que "o Executivo municipal lamenta os episódios de agressões, ameaças e o clima de truculência que têm pautado reiteradamente as ações do Simpa em atos públicos envolvendo entregas e serviços à população". O texto ainda cita o projeto Prefeitura nos Bairros — a prefeitura de Porto Alegre obteve liminar que proíbe o Sindicato dos Municipários de realizar protestos durante as atividades do projeto: "a truculência que assusta moradores e constrange os profissionais já resultou em decisão liminar da Justiça proibindo as manifestações do sindicato. A direção do movimento grevista insiste em promover ataques de fundo político-partidários, fazendo ameaças públicas e explícitas".
A nota ainda diz: "o Executivo não tem outra posição que não de diálogo com a categoria, de forma transparente e honrando os compromissos assumidos nas reuniões de negociação. Assim, não compactuará com a postura de confronto e seguirá adotando todas as providências legais, nos âmbitos administrativo e judicial, para garantir a normalidade da prestação dos serviços e o direito dos servidores que querem trabalhar".