Enquanto servidores municipais realizavam protesto em frente à prefeitura na manhã desta terça-feira (10), representantes dos municipários se reuniam com o vice-prefeito de Porto Alegre, Gustavo Paim, para discutir o término da greve, que teve início no último dia 5. A reunião terminou sem acordo, mas servidores irão debater as propostas da prefeitura em assembleia marcada para as 15h desta terça-feira, na Casa do Gaúcho.
Na pauta da reunião estavam as reivindicações dos municipários, que pedem o fim do parcelamento de salários e a retirada da Câmara de Vereadores dos projetos de lei do Executivo que preveem fim de benefícios a servidores municipais. Segundo o vice-prefeito, não há recursos para garantir o fim do parcelamento dos salários
— Não tem conversa que produza um fato, que crie dinheiro, o dinheiro infelizmente não existe, e vai continuar havendo parcelamento de salário porque não há condições de pagar em dia. O Executivo está analisando todas as dificuldades de receita e de despesa, e tem debatido e encaminhado à Câmara de Vereadores projetos que discutem a receita, como o IPTU, e de despesa, como a questão dos servidores.
Ainda de acordo com Paim, os projetos de lei combatidos pelos municipários já estão em debate no Legislativo, e a prefeitura entende que os projetos estão sendo dialogados pelos vereadores.
— Governo vai analisar a conversa, mas esperamos que o sindicato leve as nossas proposições para a categoria para verificar se há algo que se possa avançar. Pedimos para que o sindicato analise se, entre os projetos, há algo com o que eles concordem. Os projetos já estão na Câmara, e lá se discute e se modifica o que for necessário. Agora dizer "ou retira os projetos, ou greve" não é uma tentativa de diálogo — afirmou.
O diretor do Sindicato dos Municipários (Simpa), Jonas Reis, afirmou que no encontro o Simpa disse que os servidores não esperam reposição salarial, mas que mantêm a pauta da mobilização.
— Estamos aqui pedindo para que parem de parcelar os salários e pedindo a retirada dos projetos que reduzem em até 50% os salários dos servidores. O fim da greve está na mão do governo Marchezan. Se o governo erra até agora, é o momento de virar a página e acertar com a cidade, e não se acerta com a cidade impondo políticas. As políticas precisam ser dialogadas com a população.