Sem receber salários há quatro meses, parte dos servidores do Hospital Beneficência Portuguesa, de Porto Alegre, decidiu paralisar as atividades por 72 horas. O ato começou na segunda-feira (30), mas nesta terça (31) ganhou a adesão do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) – e uma manifestação foi feita em frente à casa de saúde.
A emergência da instituição chegou a ficar totalmente fechada em dois momentos, nas manhãs de segunda e terça. Conforme o vice-presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (Sindisaúde-RS), Julio Appel de Oliveira, apenas cinco pacientes estão internados na instituição, nenhum pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
— Dos 14 profissionais que estão no plantão, apenas dois estão trabalhando. Os demais aderiram ao movimento. O contingente de trabalhadores caiu muito — ressalta.
Com a paralisação — aprovada em assembleia no dia 20 —, os funcionários querem pressionar a direção para que os vencimentos sejam depositados, além de denunciar a situação precária pela qual passa a casa de saúde.
O Beneficência Portuguesa, um dos hospitais mais antigos da capital gaúcha, passa por uma grave crise financeira. Mesmo com mais de 200 leitos disponíveis, a instituição tem apenas 5% de ocupação.
O presidente do hospital, José Antonio Pereira de Souza, afirma que busca um empréstimo no valor de R$ 14 milhões para injetar dinheiro em caixa. Mas a manifestação oficial da entidade será dada apenas depois da definição do financiamento pelo banco.