Depois de funcionários denunciarem problemas sanitários no Hospital Beneficência Portuguesa, o Ministério Público (MP) encaminhou solicitação para que uma nova vistoria seja feita na casa de saúde de Porto Alegre. Servidores relataram ao GaúchaZH casos de precariedade em algumas alas do hospital, inclusive falta de higiene e de limpeza nos blocos cirúrgicos.
A promotora Liliane Pastoriz, da Promotoria dos Direitos Humanos, enviou documento pedindo uma inspeção no local à Central de Vigilância em Saúde de Porto Alegre, além do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) e do Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS). No texto, Liliane solicita que a vistoria seja feita até sexta-feira (27).
Conforme o diretor da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Anderson Lima, a última inspeção no Beneficência Portuguesa ocorreu no dia 25 de julho, quando o órgão fez apontamentos e solicitou o cumprimento de alguns itens, entre eles, a compra de álcool gel, a reposição de papel toalha e de sabonetes, a instalação de torneiras e a limpeza de áreas próximas aos pacientes.
— A instituição vem respondendo, dentro de sua condição, aquilo que é solicitado pela Vigilância em Saúde. Algumas ações são adequadas, para outras são pedidos mais prazos — observa, ao destacar que nenhum dos itens exigia a interdição dos atendimentos.
Um dos hospitais mais antigos de Porto Alegre, o Beneficência está com apenas 5% dos leitos ocupados. A redução no atendimento foi causada por uma grave crise financeira enfrentada pela instituição, que há três meses não paga os salários dos servidores.
Nesta quarta-feira (25), a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara de Vereadores da Capital deve ir até a casa de saúde para verificar a situação. Funcionários estão programando uma manifestação em frente ao hospital para as 10h.
Procurada, a direção do Beneficência Portuguesa afirmou que só irá se manifestar oficialmente depois da aprovação ou não do empréstimo bancário, pleiteado pela instituição, junto à Caixa Econômica Federal. Caso o financiamento seja liberado, a administração espera quitar os servidores e reequilibrar as finanças.